domingo, 15 de novembro de 2015

Ex-homossexual afirma: A Igreja Católica está certa em qualificar o homossexualismo de "desordem"

Por Joseph Sciambra

Um dos Bispos do Sínodo afirmou que uma nova abordagem das iniciativas de alcance que a Igreja faz junto dos homossexuais deveria incluir uma revisão da terminologia:

Há um apoio muito forte em favor duma abordagem menos condenatória e a linguagem está no centro disso.

Há já muitos anos que tem existido controvérsia em torno do termo "intrinsecamente desordenados". Durante a década 70, Dignity, uma organização homossexual Católica compostas por membros leigos, suprimida na maior parte das dioceses Católicas Americanas, fez desta queixa parte integral da sua plataforma oficial:

Oramos e trabalhamos pelo dia de reconciliação quando a Igreja Católica Romana passar a não considerar os seus filhos GLBT como "intrinsecamente desordenados", mas irá receber e aceitar todas as pessoas como filhos de Deus, possuidores e abençoados com dons, talentos e orientações únicos que têm que ser apoiados, celebrados e desenvolvidos para o louvor e gloria de Deus.

Desde então, pouco mudou em relação ao que muitos consideram como ofensivo e, nas melhor das hipóteses, uma descrição não-pastoral do homossexualismo; há pouco tempo atrás, um membro do grupo “Spiritual Friendship”, um agrupamento de "homossexuais Católicos" que superficialmente apoia a posição Católica em relação ao sexo for do casamento mas que, ao mesmo tempo, agarra-se à orientação "gay", disse o seguinte em relação ao assunto:

Mais importante do que ser de direita ou de esquerda, no entanto, é o clamor aturdido da pessoa que se encontra no meio, a pessoa que é ou ama alguém que é homossexual. O uso e o mau uso da descrição da inclinação homossexual como "objectivamente desordenada" faz com que a pessoa olhe para isso, não como âncora moral, mas como a negação total da pessoa, fazendo com que a conversa em torno da dignidade das pessoas humanas se esvazie de conteúdo. Sou de opinião de que estas pessoas são o motivo pelo qual nós deveríamos ter cuidado no uso desta linguagem.

Eu nunca me senti assim: quando me deparei pela primeira vez com os termos "intrinsecamente desordenados" e "objectivamente desordenados" no "Catecismo da Igreja Católica", fui de opinião de que os mesmos eram relativamente simpáticos e bastante generosos. Antes disso, eu havia passado anos dentro do estilo de vida "gay" em busca de paz e de contentamento, sem no entanto encontrar. Logo, quando li pela primeira vez o "Catecismo", eu já era uma alma severamente abatida e ferida. Porque, durante algum tempo, toda a minha "pessoalidade" estava indelevelmente associada à minha crença de que eu era "homossexual".

No entanto, durante todos esses anos, a minha fé em todas as coisas "gay" começaram-se a deteriorar tal como o meu corpo em decadência; durante os meus dias finais dentro do mundo "gay", eu fiquei escruciantemente magro, o meu ânus sofreu um prolapso, e os antibióticos que engolia continuamente já não faziam qualquer efeito contra a série infindável de DSTs.

No passado, eu havia tido orgulho; agora, a minha aparência tinha desaparecido. Com frequência eu molhava as minhas calças com sangue e com fezes, e eu cheirava mal. Eu passava noites inteiras nas casas de banho públicas, mas mesmo lá eu era rejeitado por homens que, 10 anos antes, eu nem sequer me rebaixaria para falar.

Mas eu havia sido teimoso. Humilhado e quase completamente sozinho, havia Alguém que me queria. Não tendo opções, eu dirigi-me a Ele. Não podia sequer começar a entender o porquê DEle me ter salvo; afinal de contas, muitos daqueles que eu havia conhecido e amado, que era muitos menos perversos que eu, assisti impotente à medida que caíam esquecidos nos túmulos.

Embora eu me sentisse abençoado, eu olhava para o Nosso Senhor Jesus como Um Deus Imprevisível que ajudava uns, mas deixava que outros apodrecer. Consequentemente, eu queria conhecer mais sobre Ele, mas ao mesmo tempo, eu temia-O; e eu não confiava NEle. Rapidamente, Cristo colocou dois livros nas minhas mãos: "A Bíblia Sagrada" e "O Catecismo da Igreja Católica;" num, eu iria aprender sobre Ele, no outro, sobre a Sua Lei.

Nas Escrituras, eu ficava mais atraído ao Poder de Cristo para curar; todas as pessoas em que Ele tocava, o pecador, o doente, o possuído - eram imediatamente curadas. Eu queria ser um deles, mas eu tinha medo de ficar perto DEle. No "Catecismo", abri o livro, olhei para o índex, e abri imediatamente na secção relativa ao homossexualismo. A minha primeira reacção foi "É isso!"

Parecia haver tão pouco na página, mas foquei-me nessa palavra: "desordenada". Olhei imediatamente para o meu corpo destruído. Eu conseguia ver a desordem porque o sexo "gay" havia literalmente desequilibrado todos os órgãos, todos os membros, e todas as células; e eu estava a sofrer devido a isso. Mas, e mais uma vez, o meu foco estava no facto de eu querer ser curado.

Instintivamente eu sabia que a cura de alguma forma dependia dessa palavra: "desordenada". Mas, pensei eu inicialmente, visto que eu já não me envolvia com sexo homossexual, a parte "desordenada" de mim tinha acabado. Só que não tinha. Dentro de mim havia algo que não estava bem. Imediatamente, eu culpei a Deus. Eu pensava, orgulhosamente, que já havia dado da parte mais importante da minha vida a Ele, eu havia abdicado da minha habilidade de expressar o meu amor por outros seres humanos, e de receber o mesmo amor por parte deles - "Porquê, então, é que Ele não cura este meu desejo?"

Na minha cabeça, este Deus, Aquele que me havia criado com estas atracções, era uma divindade sadista e vingativa; dando a alguns de nós a inclinação, ao mesmo tempo que proibia que qualquer pessoa agisse segundo a mesma. Eu pensava que haveria de passar o resto da minha vida como um  emagrecido rapaz das ruas - olhando constantemente através da janela da padaria, quase sempre louco de fome, mas nunca recebendo permissão para entrar e comer.

Mas, por alguma razão desconhecida, eu permaneci casto, totalmente "gay", mas gradualmente pesaroso por algo mais; algo melhor - talvez um dia sem esta dor roedora dentro de mim. Na minha tristeza e na minha frustração, voltei-me repetidamente para as Escrituras; as minhas passagens favoritas - o poder curador de Cristo e a simplicidade quase infantil daqueles que O buscavam e daqueles em quem Ele reparava: a pecadora pública que fugia dos seus atormentadores; o homem aleijado que não conseguia rastejar suficientemente rápido para as águas curativas; e a mulher que freneticamente alcançou a bainha do casado de Cristo.

Lentamente, passei a olhar para mim como um destes; o rapaz solitário e intimidado que sempre se sentia isolado e rejeitado, fugindo não para o perdão mas rumo ao sempre elusivo arco-íris "gay" da felicidade; o pervertido homem homossexual, tão acostumado à sua "desordem" da vida inteira que Cristo teve que lhe perguntar: "Queres ficar são?" E, finalmente, o pobre miserável que se estava a esvair em sangue, precariosamente perto da morte, que ele esticou a sua mão como o seu último acto de desespero.

Finalmente entendi: a "desordem" dentro da minha vida tinha que ser curada, mas eu também tinha que ser curado. O que começou como a minha realização inicial, embora, levando em conta as minhas horríveis experiências dentro do estilo de vida "gay", não fosse difícil de entender, que todos os actos homossexuais eram "desordenados", depois de muita oração e trabalho, comecei a entender que eu mesmo estava "desordenado".

Em retrospectiva, pode-se dizer que foi uma conclusão simples: afinal de contas, de que forma é que a escolha de me envolver em actos homossexuais, que emergiu dos meus desejos homossexuais, ter surgido em alguém que se encontrava totalmente saudável e livre de qualquer desordem? A minha conclusão final: o sexo em si, e o desejo por esse sexo, certamente que eram doentios, mas eu também estava doente.

Quando eu recebi a Graça, tornei-me mais como uma criança, passei a ser mais como aqueles que Jesus curou. Permiti que Cristo entrasse em todos os aspectos da minha vida, mesmo até dentro daquelas memórias que há muito se encontravam esquecidas e suprimidas. Sem qualquer esforço, Cristo passou pela multitude de impostores que eu havia passado anos a criar: o rapaz hipersensível que pensava que era homossexual, o adolescente impressionável que seguia qualquer pessoa até à sua casa, o aspirante a estrela de pornografia, o sadista cheio de ódio, o auto-destrutivo prostituto de rua; todos eles eram uma fachada colectiva que escondiam o rapaz chorão que se encontrava na parte de trás do quarto. Cristo dirigiu-Se directamente a ele, ignorando todos os outros, visto que quando o rapaz doente foi curado, todos os outros desapareceram. E o "homossexual" desapareceu com eles.

E traziam-lhe meninos, para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos que lhos traziam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele. E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou. - Lucas 10:13-16

Eu estava finalmente livre, finalmente curado, e, por fim, já não estava "desordenado".

Mas o que é que teria acontecido se os termos "intrinsecamente desordenados" e "objectivamente desordenados" não estivessem incluídos na secção relativa ao homossexualismo do "Catecismo", ou se, mais tarde, esses termos tivessem sido removidos, e e eu nunca tivesse visto a palavra "desordenados"?

Olhando para trás, acho que as coisas teriam sido muito diferentes para mim.

Recentemente, o Arcebispo Chaput comentou o tipo de linguagem que está a ser usado no Sínodo, escrevendo:

....... de forma geral, o texto produz um tipo de desespero. Isto causa um espírito de transigência com certos padrões de vida pecaminosos e à redução das verdades Cristãs em torno do casamento  e da sexualidade para um conjunto de ideias bonitas - o que, então causa um impedimento à missão redentora da Igreja. Temos que apelar às pessoas à perseverança na graça e na confiança na grandeza que Deus planeou para eles - e não fechá-los dentro dos seus erros.

Numa declaração posterior, ele prosseguiu afirmando:

Tal como os pensamentos moldam a linguagem que usamos, também a linguagem que usamos molda o nosso pensamento bem como conteúdo das nossas discussões. Linguagem imprecisa leva a um pensamento confuso, e por vezes isso pode ter resultados infelizes.

Com um "Catecismo" mais simpático e mais gentil, há a grande possibilidade de isso poder ter acontecido comigo - de eu ter ficado para sempre confirmado nos meus erros, preso à orientação homossexual e nunca curado da mesma; porque a palavra "desordem", apesar da sua aparente severidade e falta de amor, foi incrivelmente desafiadora.

Ela foi uma palavra desconfortável, tal como o conselho que obtemos dos nossos pais quando eles estão no seu melhor, ou dos nossos amigos de verdade, a alma corajosa que não te apadrinha ou que não concorda com todos os seus desejos, pensando que é isso que um bom "amigo" faz. A palavra "desordem" chocou-me para longe da minha complacência homossexual e forçou-me a questionar a forma como eu me olhava e a sempre olhar de forma mais profunda.

Em contraste, certos prelados da Igreja já expressaram a sua opinião sobre s origens do homossexualismo, fazendo frequentemente declarações erradas que não ajudam em nada, e que só causarão a que aqueles que sofrem com atracção homossexual fiquem encurralados dentro da orientação homossexual.

"Para mim, esta inclinação é um ponto e interrogação: não reflecte o design original de Deus mas no entanto, ela é uma realidade porque tu nasces homossexual".

Certamente que para os perdidos, para os vulneráveis, e para aqueles que buscam respostas, ouvir declarações como esta, especialmente se eles se encontram reticentes sobre o deixar para trás a orientação homossexual - tal como eu estive - irá "confirmar" as suas aderências frequentemente flutuantes à crença de que tu apenas foste feito assim; portanto; como é possível tu lutares contra, mudar ou seres curado de algo que faz parte inerente do teu ser porque "tu nasceste homossexual"?

Ninguém nasce homossexual, tal como ninguém nasce "desordenado" - nós tornamo-nos homossexuais e nós tornamo-nos "desordenados". Com frequência, nós não conseguimos ver isto porque a "desordem" entra na nossa vida numa idade incrivelmente jovem; consequentemente, aquilo que é claramente desarticulado sempre nos pareceu pleno aos nossos sentidos.

Só que quando deixamos que o homossexualismo siga o seu caminho, e nós emergimos do outro lado com nada, só então é que começamos a questionar essas pressuposições inicias. Para aqueles que passaram um longo período de tempo no intestino do homossexualismo, nós saímos de lá vazios de qualquer armadura. Então, na nossa humilhação, voltamos a ser crianças, a mesma criança rejeitada que abraçou o homossexualismo como se fosse resposta a uma oração; por fim, também passamos a ser mais uma vez a mesma criança "desordenada" e desconsiderada - aquela que o Senhor Jesus simplesmente quer curar.

- http://bit.ly/1KM8A94

Como a "desordem" entra na vida dos homens e das mulheres:

1. Across all studies, the highest estimates reported were for LSA (lifetime sexual assault victimization) of LB (lesbian and bisexual) women (85.0%), CSA (childhood sexual assault) of LB women (76.0%), and CSA (childhood sexual assault) of GB (gay and bisexual) men (59.2%).
“The Prevalence of Sexual Assault Against People Who Identify as Gay, Lesbian, or Bisexual in the United States: A Systematic Review”
Emily F. Rothman
Trauma Violence Abuse April 2011 vol. 12 no. 2 55-66

2. “Sexual minorities tend to be disproportionately exposed to ACEs (adverse childhood experiences.) Associations between ACE domains and age at sexual debut differed by sexual orientation. The strongest association between physical/psychological abuse, sexual abuse, and parental incarceration and psychopathology and age at sexual debut =14 years was observed among MSM.”
“Sex and sexual orientation disparities in adverse childhood experiences and early age at sexual debut in the United States: Results from a nationally representative sample”
Monique J. Brown et al.
Child Abuse Negl. Author manuscript; available in PMC 2015 Aug 6.

3. “…for same-sex attracted men stressful childhood experiences might reflect an aspect of etiology.”
“Depression and anxiety in patients with and without same-sex attraction: differences in clinical expression, lifestyle factors, and vulnerability indicators”
Henny M W Bos et al.
Brain Behav. 2015 Sep; 5(9): e00363.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

As crianças não estão bem: Filha de lésbica revela a verdade.

Por Brandi Walton

Caros membros da comunidade lgbt:

Não sou filha vossa. Nunca levantei uma bandeira numa das vossas paradas de orgulho homossexual. Nunca escrevi uma carta em vosso nome a um congressista ou a qualquer outra pessoa, e nunca senti a necessidade de fazer as pessoas aceitar o facto de eu ser filha duma lésbica. Isto talvez seja consequência do facto dela nunca ter tido necessidade de forçar as pessoas a aceitar como ela era.

Não, eu nunca me iria alinhar com uma comunidade tão intolerante e tão imersa dento dela mesma como a comunidade lgbt, uma comunidade que exige tolerância com fervor e com paixão, no entanto é incapaz de dar isso aos outros - por vezes, nem mesmo aos seus próprios membros. De facto, esta comunidade ataca qualquer pessoa que não concorde com ela, independentemente do quão amorosa a diferença de opinião seja expressa.

Eu mesmo sou o produto da Revolução Lésbica dos anos 80. A minha mãe sempre soube que gostava de raparigas, mas fez um esforço enorme para ser uma boa, heterossexual, rapariga sulista da igreja Baptista. Quando eu tinha 1 ano, ela deixou o meu pai por outro homem, com quem viveu até eu ter cerca de 4 anos. Depois do divórcio, ela disse ao meu pai para se ir embora, e ele foi porque, segundo ele, "eu sabia que não haveria de lutar contra toda a família para ter ver."

Não me lembro bem do homem com quem ela passou a viver depois de ter deixado o meu pai, mas lembro-me de ter sido feliz com ele. Não durou muito tempo, e quando ela o deixou. deixou-o por outra mulher.

Impedir as pessoas de falar sobre o homossexualismo não mudará o que as crianças conseguem ver

Eu sabia desde a minha tenra idade que viver com duas mulheres não era natural. De modo especial, eu poderia ver isso nas casas dos meus amigos que tinham uma mãe e uma pai. Eu passava o máximo de tempo que podia com eles. Eu ansiava pela afeição que os meus amigos recebiam dos seus pais. Eu queria saber como era ser recolhida nos braços dum homem, ser estimada por um, e como era viver com um diariamente.

Tanto quanto eu sabia, eu já tinha uma mãe; não precisava de outra. O meu sonho era que a minha mãe tomasse a decisão de voltar a estar com os homens outra vez, mas, obviamente, esse sonho nunca se chegou a realizar. Os meus avós e os meus tios fizeram os possíveis para levar a cabo as actividades pai-filha, mas não era o mesmo que ter um pai a tempo inteiro, e eu sabia disso. Eu via estas tentativas como actividades de segunda categoria.

Crescer sem a presença dum homem em casa danificou-me de modo pessoal. Tudo o que eu queria desde que era uma menina pequena era ter uma família normal. Quando acabei a escola secundária, os meus pensamentos não se encontravam onde eles tinham que estar. Enquanto os meus amigos estavam ansiosos por chegar a altura da universidade, eu sabia que me faltava uma parte de mim, e sabia que nunca me sentiria plena sem a encontrar.

Os homens precisam das mulheres e as mulheres precisam dos homens.

Ao contrário de muitas outras pessoas, eu tinha o desejo de criar a minha própria família e ter estabilidade, e isto causou a que eu tivesse relacionamentos muito pouco saudáveis. Felizmente, consegui ver-me livre de ambos, mas depois de ter sido magoada e usada de forma tão maligna, tomei a decisão de que a felicidade não era para mim. Pouco depois conheci o meu marido, e tudo se encaixou.

Pela primeira vez, senti-me viva e completa. Ter filhos e pela primeira vez ver um homem a cuidar duma criança era bonita e inspirador. Isso só reforçou a minha crença de que a criança precisa duma mãe e dum pai, e que a "paternidade" homossexual e as casas onde só há um pai são muito inferiores à paternidade heterossexual quando esta última é feita da forma correcta.

Saber quase nada sobre os homens dificilmente é a parte mais complicada de ser educado por duas mulheres. De certeza que não é surpresa para ninguém que crescer em  Podunk, Oklahoma, não foi fácil. Ao contrário das outras crianças que que aparentemente são educadas em utopias homossexuais, eu cresci sozinha e isolada. Eu era filha única e perto de mim não existiam outras crianças com quem falar ou com quem me relacionar. Ninguém perto de mim sabia o que eu passava todos os dias, e eu não tive outra opção se não guardar tudo dentro de mim.

Quando cheguei à idade adulta, tentei falar com a minha mãe sobre o quão difícil a minha vida foi, mas ela não se consegue identificar porque ela cresceu com um pai e com uma mãe. Quando eu era criança, também não teria falado sobre a forma como estava a ser educada. Amo a minha mãe. Ela era o centro da minha vida e a ideia de dizer algo aos de fora que lhe pudesse magoar devastava-me. Escrever esta carta neste momento já é devastador.

Os homossexuais e as suas crianças não pensam da mesma forma.

Mas mesmo assim, eu escrevo a carta. Estou a fazer isto porque as pessoas têm que saber que nem tudo são rosas. Os efeitos de se crescer da forma como cresci ainda desempenham um papel na minha vida actual. Eu estava para além de auto-consciente quando era criança, e estava constantemente preocupada com o que os outros iriam pensar de mim.

Eu tinha um medo terrível de alguém vir a descobrir que a minha mãe era uma lésbica e nunca mais querer ter algum tipo de contacto comigo. Durante a maior parte da minha vida, aquilo que eu pensava serem as opiniões dos outros em relação a mim dominaram, s só recentemente é que fui capaz de deixar isso de lado.

Isto é só a ponta do iceberg. Os estudos que alegam que nós [crianças criadas por homossexuais] temos um desempenho superior ao dos nossos pares criados por heterossexuais dificilmente podem ser considerados científicos, e nem chegam a ser representativos. As pessoas têm que saber que algumas crianças de pais homossexuais não concordam com a adopção e nem com o "casamento" homossexual, tal como alguns homossexuais também não concordam. Mas irão notar que esse facto não se encontra nas manchetes.

O Huffington Post publicou duas respostas à recente carta de Heather Barwick aqui para o The Federalist, e ambas foram escritas por pessoas que foram criadas por membros do sexo oposto - um homem criado por mulheres e uma mulher que tinha os irmãos presentes. Faz todo o sentido que as suas experiências não tenham sido iguais à minha ou a da Heather visto que ambas fomos educadas por mulheres.

E só porque um produto da inseminação artificial não sente que ela foi roubada não significa que os outros não o sintam. Estou ciente que existem por aí crianças que discordam com o meu ponto de vista, tal como há muitos homossexuais por aí que não não concordam com o ponto de vista da comunidade lgbt.

Mas sugerir que isto não é motivo para validar ou escutar um punhado de crianças educadas por homossexuais, e que são contra isso, é ridículo. Afinal de contas, só um pequeno grupo de pessoas é que está a militar em favor da redefinição do casamento e da paternidade, e todos nós estamos a ver como isso está a avançar.
Sinceramente Não Vossa, 
Brandi Walton

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O argumento da infertilidade para o "casamento" homossexual

Por  Bill Vallicella

Imaginemos que um casal de 70 anos resolve casar. Eles podem fazê-lo e o seu casamento será reconhecido como válido pela lei. E isso apesar de casais com essa idade não poderem procriar. Mas em muitos locais, a lei não reconhece o "casamento" entre duplas do mesmo sexo que, obviamente, também não podem procriar. Qual é a diferença entre os casais heterossexuais e as duplas homossexuais? Qual é a diferença que justifica a diferença no reconhecimento legal? (É preciso levar em conta que estamos a falar do reconhecimento legal do casamento; o ponto aqui não é a assim-chamada união civil.).

Vamos assumir que ambos os tipos de união - a heterossexual e a homossexual - são orientados pelas normas seguintes: monogamia, permanência, e exclusividade. Para pouparmos tempo nesta discussão, vamos assumir que a união heterossexual infértil e a união homossexual são monogâmicas, exclusivas e não-procriativas. Qual é então a distinção entre estes dois casos que justifica a diferença de tratamento?

Se a única diferença é que um tipo de união é entre duas pessoas do sexo oposto e a outra entre duas pessoas do mesmo sexo, então essa é a diferença e ela não justifica a diferença de tratamento. Dizer que uma é entre duas pessoas do sexo oposto e a outra entre duas pessoas do mesmo sexo é dizer o que ja sabemos, e isso não justifica a diferença de tratamento.

Eis aqui a diferença relevante; é biologicamente impossível que uma união homossexual produza descendência. É biologicamente possível, e, de facto, biologicamente provável, que as uniões heterossexuais produzam descendência. Esta é uma diferença profunda fundamentada num facto biológico e não na lei ou em algo convencional. Este é o facto subjacente que justifica, ao mesmo tempo, o interesse estatal na regulação do casamento, e na restrição estatal do casamento para as duplas com sexos opostos.

Temos aqui dois pontos, e ambos têm que ser discutidos. O primeiro centra-se na justificação do envolvimento estatal no casamento. É óbvio, espero eu, que o estado não se deva envolver em todas as formas de associação humana. O envolvimento do estado num tipo particular de associação humana tem que ser, desde logo, justificada. Nós queremos o envolvimento do estado o quanto for necessário, mas não mais do que isso.

Por natureza, o estado é coercivo (e tem mesmo que ser assim se por acaso ele quer ser capaz de aplicar os seus mandatos e exercer as suas funções legítimas) e como tal, está em oposição à liberdade e à autonomia dos cidadãos. É óbvio que o governo nunca se deveria envolver no negócio so casamento; ele é que justificar a sua intervenção e a sua regulação.

Mas há um motivo que justifica o envolvimento do estado. O estado tem um interesse legítimo na sua perpetuação e na sua manutenção através da produção de crianças, a sua socialização, a sua protecção, e a sua transformação em cidadãos produtivos que irão contribuir para o bem comum.  (O meu uso de "o estado" não tem que envolver uma hipostatização ilícita.) Este é o interesse que justifica o reconhecimento e a regulamentação estatal do casamento como a união entre um homem e uma mulher.

Acabei de especificar um motivo para o envolvimento estatal no casamento, mas esta justificação está ausente no caso das duplas homossexuais visto que elas não são, e nem pode ser, produtoras de crianças. Temos aqui portanto o porquê do estado não dever reconhecer o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo. O mesmo facto biológico justifica, ao mesmo tempo, a regulamentação e o reconhecimento estatal do casamento, e justifica a restrição de tal reconhecimento para as duplas homossexuais. Mais uma vez, o facto é que só os heterossexuais é que podem procriar.

Os defensores do "casamento" homossexual não ficarão satisfeitos com o que foi mencionado em cima, e continuarão a sentir que há algo de injusto "discriminador", isto é, injustamente discriminador, em torno do reconhecimento estatal da união entre heterossexuais como casamento válido, mas não das uniões homossexuais. (Obviamente que nem toda a discriminação é injusta).

Levemos em conta o argumento que se segue, sugerido num artigo recente por William Saletan, com o título de "Homossexualidade como Infertilidade".  Saletan escreve:

As pessoas que são contra o casamento [sic] homossexual podem vir aceitá-lo como moralmente válido mal eles entendam que a homossexualidade é um tipo de infertilidade.

O ponto aqui não é se o "casamento" homossexual é moralmente válido, mas som se ele deve ser legalmente reconhecido como casamento. Deixando de parte este jogo de palavras, o artigo de Saletan avança com o seguinte argumento:
1. As duplas homossexuais são inférteis tal como as duplas heterossexuais inférteis são inférteis; não há diferença no que toca à infertilidade.
2. As duplas heterossexuais têm permissão legal para casar.
3. Casos parecidos têm que ser tratados da mesma forma.
... Logo
4. As duplas homossexuais deveriam ter permissão legal para casar.
Pode-se ver o porquê de algumas pessoas sentirem-se tentadas a usar este argumento, mas o mesmo é infundados visto que a premissa é falsa.

Para demonstrar isto, irei inicialmente conceder alo que talvez não deva ser concedido, nomeadamente, que o predicado "infértil" pode ser correctamente aplicado às duplas homossexuais. A justificação para esta concessão seria a proposição de que qualquer coisa que não seja F, mesmo que não possa ser F, é não-F. Logo, qualquer coisa que não seja fértil, mesmo que não possa ser fértil, é infértil. Portanto, as duplas homossexuais são inférteis tal como os números, os rolamentos de esferas, e os pensamentos são inférteis.

Mesmo com esta concessão, existe uma diferença importante entre as duplas homossexuais e as duplas heterossexuais. As primeiras são essencialmente inférteis enquanro que as duplas heterossexuais são acidentalmente inférteis. Com estas últimas isto significa que não há nada na natureza que impeça que as uniões heterossexuais de procriar, mas no caso das uniões homossexuais, a própria natureza da união invalida a possibilidade da procriação.

Portanto, o ponto (1) mencionado em cima é falso. As duplas homossexuais não são inférteis da mesma forma que as duplas heterossexuais o são; as primeiras são inférteis por natureza enquanto que as últimas não o são. Esta é a diferença que justifica a diferença de tratamento. Obviamente que temos que tratar casos iguais da mesma maneira, mas o que mostrei em cima é que os dois casos não são iguais.

O ponto fica ainda mais claro se adoptarmos o ponto de vista de que "fértil" "infértil" são predicados que só podem ser aplicados de forma coerente àqueles cuja natureza inclui o poder e procriar. Consequentemente, as duplas homossexuais são tão inférteis tal como os martelos e os pregos são sem vida.

Nós temos aqui duas opções interpretativas, e ambas disponibilizam uma distinção que justifica a diferença no tratamento.

Opção A: Aquilo que não é fértil é infértil; logo, as uniões homossexuais são inférteis. Mas elas não são inférteis da mesma forma que as uniões heterossexuais o são. As uniões homossexuais são essencialmente inférteis devido à sua própria natureza, enquanto que as uniões heterossexuais, quando são inférteis, são-no acidentalmente. (É por isto que as duplas heterossexuais inférteis podem às vezes ficar férteis através da intervenção médica).

Opção B: Se x ou é fértil ou infértil, então x tem uma natureza que inclui o poder de procriar. Logo, as duplas homossexuais não são nem férteis e nem inférteis

Em qualquer uma das opções a posição de Saletan de que "a homossexualidade é um tipo de infertilidade" é falsa. Isto fica ainda mais claro se levarmos em conta que uma dupla é chamada de "infértil" porque um dos dois da dupla ou é infértil ou é impotente. Mas a união de dois homossexuais na sua maioria dos casos inclui duas mulheres férteis ou dois homens potentes.

Desde logo, chamar de "infértil" a uma dupla homossexual é usar esse termo duma forma diferente daquela que é usada quando se chama a duma dupla heterossexual de "infértil". As duplas homossexuais são inférteis porque, falando de forma directa, os dildos e os dedos dentro duma vagina ou o pénis no ânus não levam à procriação - e não devido a algum defeito ou anormalidade ou impedimento etário por parte dos parceiros.

Acabei de mostrar que o argumento (1)-(4) que visa ampliar o reconhecimento legal de casamento às duplas homossexuais não é convincente. Mesmo assim, ainda existirão pessoas que irão sentir que há algo de injusto com o facto de, por exemplo, duas pessoas com 70 anos terem permissão para casar mas as duplas homossexuais não. Pode parecer irrelevante o facto da natureza das uniões heterossexuais não colocar de parte a procriação da mesma forma que as uniões homossexuais o fazem. Porque é que um homem e uma mulher com 70 anos podem ver a sua união reconhecida como casamento embora ela seja incapaz de gerar filhos?

Neste ponto, gostaria de lembrar o leitor que a lei não pode satisfazer a vontade de casos individuais e nem a uma classe pouco usual de casos. Tomemos como exemplo as leis que regulam a idade acima da qual se pode conduzir; se a idade legal para conduzir são 16 anos, isto é injusto para todas as pessoas com idades que vão dos 13 aos 16 anos que são condutores competentes. (Por exemplo, rapazes e raparigas do campo que aprenderam a trabalhar com maquinaria pesada antes dos 16 anos.)

Se por acaso a lei fosse satisfazer todos estes casos, ela tornar-se-ia excessivamente complexa e a sua aplicação e a sua execução seriam bem mais complicadas. Uma legislação práctica tem que estabelecer uma demarcação que é clara e facilmente reconhecida, e desde logo, "injusta" para alguns.

Uma melhor analogia é a capacidade de voto. Para se poder votar é preciso que a pessoa satisfaça alguns requerimentos mínimos tais como a idade, a residência, etc. Desde logo, a lei em torno do voto sanciona uma situação onde os votos informados e maduros provenientes de pessoas maduras, bem sucedidas e membros produtivos da sociedade têm o mesmo peso os votos de pessoas que, por vários motivos, não têm que ter lugar num ponto de voto.

Por exemplo, nós não impedimos que um idoso senil vote embora essas pessoas vivam no passado, totalmente desconhecedoras dos tópicos do dia, e incapazes de pensar de forma coerente em relação aos mesmos. Nós não os excluímos, e nem excluímos outros grupos, por motivo muito bom: isso iria complicar em muito a lei em relação do voto, e duma forma bem complicada. (Mentalizem a imagem de panteras grisalhas a deambular pelos corredores do Congresso, armados com focados.)

Claro que há uma certa dose de injustiça nesta permissividade: é injusto que votantes bem-pensantes e competentes vejam os seus votos cancelados por parte dos descuidados e dos incompetentes. Mas nós que fazemos parte da tribo dos competentes e bem-pensantes simplesmente temos que "comer" (isto é, aceitar) a injustiça como uma consequência inevitável de estarmos perante uma lei de voto operacional.

Semelhantemente, qualquer que seja a injustiça residual para com os homossexuais que exista com o facto de se dar o estatuto de casamento aos idosos que se casem embora estejam para além da idade fértil (e depois dos meus argumentos anteriores terem sido totalmente digeridos), essa é uma injustiça que nós simplesmente temos aceitar se por acaso quisermos termos leis matrimoniais operacionais.

Resumindo. O lugar certo para se começar este debate é com a questão lógica antecedente: o que é que justifica o envolvimento do estado no casamento? A única boa resposta para isto é que o envolvimento do estado justifica-se porque é do interesse do estado a sua própria perpetuação através da produção de crianças e do seu desenvolvimento em cidadãos produtivos. (Temos também, em segunda instância, a protecção daquelas sobre quem recai o peso da procriação, isto é, as mulheres.)

É a possibilidade da procriação que justifica o reconhecimento e a regulamentação estatal do casamento, mas não há possibilidade de procriação dentro das uniões homossexuais. Logo, estas uniões não merecem ser reconhecidas pelo estado como "casamento". Isto não é para levantar oposição às uniões civis que tornam possível a transferência de benefícios sociais, etc..

O argumento da infertilidade que tenta ampliar o reconhecimento estatal do casamento para as uniões homossexuais foi neutralizado com as palavras prévias.