Por Denny Burk
Se por acaso já se envolveram num debate com alguém sobre o "casamento" homossexual, uma das formas de acabar com a discussão usada pelos proponentes é dizer algo como:
Se por acaso já se envolveram num debate com alguém sobre o "casamento" homossexual, uma das formas de acabar com a discussão usada pelos proponentes é dizer algo como:
De que forma é que o casamento [sic]
homossexual irá afectar o teu casamento heterossexual?
Ou, dito duma forma mais pessoal:
De que forma é
que o meu casamento [sic]
homossexual irá corromper o teu casamento heterossexual?
O pensamento segue desta forma: O que duas pessoas fazem na
privacidade da sua casa não pode ser tua preocupação, mesmo que eles
tomem a decisão de reinventar a instituição social mais importante de
todas. Afinal, quem és tu para julgar o emparelhamento de outras
pessoas? Se algumas pessoas querem chamar de "casamento" às uniões
civis homossexuais, de que forma é que isto é da tua conta?
A pressuposição que se alinha com este argumento é a de que o
casamento é um bem privado, sem consequências públicas. Mas será esta
pressuposição válida? Será que não se dá o caso de que a redefinição do
casamento afecta todos os casamentos? Certamente que a redefinição de
casamento de modo a que permita as "nupcias" homoeróticas irá continuar
a cortar a ligação entre o casamento e a procriação. Mas esta não é a
única preocupação pública.
Hanna Rosin escreveu recentemente um artigo para o Slate.com com o
título de "The Dirty
Little Secret: Most Gay Couples Aren't Monogamous.".
Os defensores do "casamento" homossexual não só alegam que esse
emparelhamento deve ser tratado como igual ao casamento tradicional,
como avançam com exemplos de duplas homossexuais e da sua vida doméstica
em comum como forma de ilustrar o ponto de que o "casamento"
homossexual não é diferente de qualquer outro tipo de casamento.
No entanto, Rosin alega que tais exemplos não são a norma, citando
como evidência um estudo onde se lê que "cerca de metade
das duplas homoeróticas já tiveram sexo com outras pessoas para além do
parceiro - e com o conhecimento do
parceiro". Muitas duplas homoeróticas não são monogâmicas
mas monogamicazinhas ["not monogamous but monogamish"]. Rosin conclui
então com uma admissão profuinda:
Ao legalizarmos o
casamento [sic] homossexual, estamos a aceitar uma forma de casamento
[sic] sancionada que não é por norma monogâmica e que está a inventar todo o
tipo de novos modelos como forma de acomodar a luxuria e o desejo
dentro dos relacionamentos de longa duração.
As pessoas às vezes perguntam-me: "De que forma é que o casamento [sic] homossexual irá afectar o casamento tradicional?"
A resposta está aí. Mal a nossa sociedade rejeita a norma heterossexual
do casamento, o que é que a impede de rejeitar também as outras normas?
Se a heterossexualidade não é mais a norma, então porque é que a
monogamia deveria ser?
Mark
Regnerus
alega que a monogamia pode muito bem vir a ser a casualidade da
legalização do "casamento" homossexual. Embora a larga maioria dos
Americanos ainda considere o adultério como algo moralmente errado (fonte),
o mesmo não pode ser dito dos Americanos que se encontram dentro duma união homoerótica. Regnerus escreve:
O
adultério não funciona da mesma forma dentro duma significativa parcela
das uniões [homossexuais]; em vez dum padrão único, as duplas negoceiam
(e geralmente renegoceiam) qual será o seu padrão. É por isso que Dan
Savage pode qualificar de "monogamicozinho", e não um adultério em
série, o facto de se ter 9 parceiros extramaritais. O teórico social John
Milbank assegura
que quando a definição de adultério tem que ser pervertida, a união
sexual exclusiva arrisca-se a deixar de ser vista como uma que tem
algum tipo de relevância - isto é, não é crucial - para o casamento no
geral. Nós ainda não nos encontramos lá, mas certamente que a ponte
está em construção.
Eu
prevejo que isto venha a ser o efeito característico do "casamento"
homossexual sobre a instituição - a institucionalização da
"monogamiazinha" como um traço marital aceitável. Claro que os homens
homossexuais não podem causar a que os homens heterossexuais sejam
adúlteros, mas a recentemente acordada legitimidade abre uma
oportunidade para os homens de todo o lado para alargar as fronteiras.
Resumindo, Regnerus alega que a
redefinição do casamento irá causar a redefinição da norma marital. Nós
já vimos algo deste tipo a acontecer com o advento da legalização do
divórcio sem-culpa. As leis em torno deste divórcio deram-nos o
divórcio unilateral-a-pedido. Logo, a norma da monogamia para toda a
vida deu lugar para a monogamia em série acima dos casamentos
múltiplos. É por isso que a nossa cultura está a aceitar que o homem
tenha múltiplas esposas, desde que seja uma de cada vez.
Semelhantemente, Regnerus descobriu
algo de importante quando diz que a legalização do "casamento"
homossexual irá causar uma revisão semelhante em torno da definição de
"fidelidade" dentro do casamento. Um estudo
publicado em 2010 revela que a monogamia pura e simplesmente não é uma
das características centrais dentro das uniões homoeróticas. O New
York Times reporta:
Alguns
homens homossexuais e mulheres lésbicas alegam que, como resultado [do
abandono da monogamia], eles têm relacionamentos mais fortes, mais
duradouros e mais honestos. E embora isso possa soar contra-intuitivo,
alguns peritos afirmam que o desafio dos limites existente dentro das
uniões homossexuais representa uma evolução do casamento - uma
revolução que pode apontar o caminho para a sobrevivência da
instituição.
Entenderam tudo? O artigo sugere que o "monogamicazinho" adultério em série pode ser o futuro para todos
os casamentos. E não só isso, mas o adultério pode impedir que o
casamento se torne algo irrelevante! É provável que isto tenha a
aparência duma sugestão absurda, mas será que devemos ficar
surpreendidos com ela? Quando nós redefinimos o casamento, tudo passa a
ser tópico de discussão, e não há qualquer razão para se excluir a
possibilidade de que a norma monogâmica possa dar lugar à
"monogamiazinha" exibida aqui.
Portanto, à medida que parece estarmos
à beira do precipício da legalização do "casamento" homossexual neste
país, eis aqui uma pergunta que todos devem fazer a si mesmos: Quais
são os limites da redefinição que estamos dispostos a tolerar? Será que
a monogamia também está em jogo? A pergunta não é se iremos ou não
definir o casamento na nossa cultura e na nossa lei, mas sim que tipo
de definição irá aterrar. Se abolirmos a norma da monogamia, isto irá
causar uma revisão que irá afectar todos - tanto homossexuais como
heterossexuais.
De que forma é que o "casamento"
homossexual irá afectar o casamento? As leis estabelecem as normas, e
as normas estabelecem as culturas. Uma próspera cultura de casamento
não pode ser ajudada se os casais começam a "renegociar" o significado
da fidelidade. Por este motivo, a legalização do "casamento"
homossexual" irá prejudicar os casamentos normais de formas que as
pessoas nunca poderiam antecipar.
Fonte http://bit.ly/1lGvCmO.
Como participar de um casamento gay afetou meu casamento hétero
ResponderEliminarhttp://www.brasilpost.com.br/stephanie-schroeder/como-participar-de-um-casamento-gay_b_5876972.html?utm_hp_ref=brazil
E com base na experiência pessoal da Stephanie Schroeder, todos os argumentos listados em cima estão automaticamente refutados.
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