Não sou fá de pessoas que fazem argumentos em torno do que, ou de quem, elas são. Quando, há um ano atrás, fiz o argumento contra o "casamento" homossexual, não senti a necessidade de mencionar que eu mesmo sou homossexual. Os argumentos são validados ou refutados através aquilo que alegam, e não através força da pessoa que por acaso os está a afirmar. Para além disso, e não me importo de acrescentar, eu não quis arrastar a minha vida pessoal para o que normalmente é um debate acalorado. Mas estou suficientemente preocupado com a forma como as coisas estão para abrir um excepção.
Dizer às pessoas que és contra o "casamento" homossexual mesmo sendo tu um homossexual, tende a gerar, inicialmente, uma resposta perplexa. Isto é compreensível dada à forma rápida como o debate em torno do "casamento" homossexual pode descambar para alegações de homofobia. A mensagem, implícita ou explícita, é frequentemente que ser contra o "casamento" homossexual é, de alguma forma, ser contra os homossexuais.
Tenho
observado com irritação crescente a forma como opositores do
"casamento" (com princípios) têm sofrido uma vastas gama de abuso por
explicarem a sua oposição.
As figuras públicas que tentam fazer isto têm frequentemente que lidar com acusações de que são
homofóbicos intolerantes. Quando Lucinda Creighton (Fine Gael)
confirmou a sua oposição ao "casamento" homossexual durante a campanha
das eleições gerais, houve apelos para que ela fosse despedida por
parte de Enda Kenny. Por fazer argumentos semelhantes, David Quinn, do grupo pró-casamento Iona Institute", é constantemente atacado com termos extraordinários.
Eles não são os únicos; a resposta reflexiva por parte de muitos defensores do "casamento" homossexual tem como objectivo caracterizar os adversários como pessoas com algum tipo de preconceito, como se os únicos motivos para se defender o casamento tal como ele tem existido até hoje estejam fundamentados em algum tipo de intolerância ou desequilíbrio psicológico.
Na verdade, os homossexuais deveriam defender o entendimento tradicional do casamento de forma tão vincada como todas as outras pessoas. Dado que esta instituição está a ser fragilizada em nome dos homossexuais, com consequências para gerações futuras, é ainda mais importante que os homossexuais que são contra o "casamento" homossexual falem.
Esta semana marca o início do registo das primeiras uniões civis desde que as mesmas passaram a ser oficias desde que foram aprovadas numa legislação do ano passado. Isto garante que aos homossexuais quase todas as provisões legais. Muitos de nós conhecemos pessoas que irão ser beneficiadas com isto agora, ou num futuro próximo. Usando um cliché comum, esta era uma boa altura para declarar vitória e voltar para casa.
Em vez disso, a exigência agora é o "casamento" homossexual em cima disto tudo, algo que o "Programme for Government" se compromete a explorar. Isto não só é desnecessário como é egoísta.
O apoio e o estatuto que o casamento tem não é um bónus social por alguém se apaixonar por alguém, e concordar em fazer com que a relação dure. Isto, claro está, não quer dizer que o amor e o romance não são partes importantes do casamento. Mas estas coisas não são os motivos que conferem ao casamento o seu estatuto especial. Se o romance fosse motivo suficiente para se apoiar o casamento, então não existiriam motivos para se distinguir quais os relacionamentos que deveriam ser incluídos e quais os que não deveriam. Mas essa não é e nunca foi a natureza do casamento.
O casamento é o pano de fundo vital dentro do qual as crianças podem ser criadas de modo a que se tornem em homens e mulheres. Obviamente que nem todos os casamentos envolvem a educação de crianças, e claro está, há há duplas homossexuais a educar crianças. Mas a realidade é que os casamentos pendem em direcção às crianças enquanto que os relacionamentos homossexuais não.
Eu estou bem ciente disto quando levo em consideração o meu próprio círculo de amizades, alguns dos quais se casaram recentemente ou irão fazê-lo brevemente no futuro. Muitos, se não todos, irão educar crianças. Se, no entanto, eu ou amigos homossexuais formarmos uniões civis, estas estão muito pouco inclinadas a envolver a educação de crianças. Portanto, a questão é: Porque é que os relacionamentos homossexuais deveriam ser tratados como um casamento, apesar desta diferença fundamental?
Uma riqueza de pesquisas demonstram que o casamento entre um homem e uma mulher disponibilizam para a criança o melhor dos resultados para a sua vida, e que as crianças de casamentos que permanecem têm os melhores resultados em toda a linha. Isto certamente que não é forma de lançar calúnias sobre as outras famílias, mas é preciso salientar a importância do casamento como instituição.
É por isso que a exigência em favor do "casamento" homossexual está duplamente errado. Ela não é uma exigência em favor da extensão do casamento para os homossexuais, mas sim uma exigência em favor da redefinição do casamento. O entendimento do casamento como uma instituição que existe e é apoiada pelo bem das famílias fortes para um entendimento onde o casamento meramente é o ponto final do romance.
Se as duplas homossexuais forem consideradas igualmente elegíveis para "casamento", embora os relacionamentos homossexuais não tendam para a educação de crianças e não podem, por definição, dar à criança um pai e uma mãe, o entendimento crucial do propósito fulcral do casamento foi descartado.
O que isto gera é um tipo de "casamento" que coloca os interesses dos adultos acima dos interesses das crianças . Isso, na minha opinião, é, em última análise, um gesto egoísta e um preço demasiado elevado para ser pago simplesmente pelo gesto simbólico de tratar da mesma forma os relacionamentos heterossexuais e os relacionamentos homossexuais. E ele nada mais é que um gesto simbólico.
Não é senso comum tratar situações distintas de maneira distinta? Colocando as coisas de maneira pessoal, eu não me sinto de maneira nenhuma discriminado com o facto de não poder me casar [sic] com alguém do mesmo sexo. Eu entendo isso e aceito que existem bons motivos para isso ser assim.
Embora os homossexuais e os relacionamentos homossexuais se estejam a tornar cada vez mais visíveis, não me surpreenderia nada se por acaso no futuro os argumentos em favor do "casamento" homossexual enfraqueçam. A maior parte do apoio ao "casamento" homossexual que actualmente existe é instintivo, emanando do facto das pessoas não quererem ser vistas como anti-homossexuais. Mas o próprio impulso só existe porque ainda vivemos à sombra do passado recente.
Num futuro já visível, as atitudes anti-homossexuais serão tudo menos impensáveis, da mesma forma que a homofobia actual já tem uma qualidade antiquada, vagamente atemorizadora.
Certamente que já é hora de termos uma conversa séria em torno do "casamento" homossexual, uma conversa onde as pessoas não mais são forçadas a sentir que, se não derem um apoio automático a ele, serão classificadas de anti-homossexuais. Só então irá a essência e o verdadeiro motivo de se apoiar o casamento tradicional terá permissão de vir à tona. O melhor interesse das crianças da nação tem sempre que estar em primeiro lugar.
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