segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Os meus momentos de "monogamia" como homem homossexual e a impossibilidade dum mundo sem mulheres.

Por Joseph Sciambra

Embora eu não o soubesse na altura, a minha primeira e genuína relação "homossexual" foi também a minha primeira incursão para dentro da "monogamia" homossexual. 

Por essa altura, eu não estava conscientemente em busca de algo a longo prazo mas uma vez que eu estava tão sozinho, amedrontado e desesperadamente carente, eu teria ido para casa com qualquer pessoa que me esse a mínima atenção.

Quando alguém me deu atenção, e como normalmente acontece, ele era um homem mais velho e mais experiente, uma incrível sensação de aceitação, afirmação e segurança varreram-me como a droga mais poderosa da Terra; eu não conseguia estar satisfeito e queria ficar nesse estado semi-dormente para sempre.

Durante algum tempo, o facto de nós os dois estarmos junto era o suficiente para gerar uma quantidade incrível d calor, e esse fogo era o que me levava a voltar como forma de sentir o amor. Quase imediatamente, paramos de sair - quer fosse individualmente ou como casal [sic]. Ficávamos em casa muitas vezes, e só ocasionalmente é que socializávamos com duplas igualmente emparelhadas. Mas, e de modo rápido, comecei a perceber que ele estava a ficar farto. Olhando para trás, posso dizer que eu precisava mais dele do que ele de mim.

Numa noite, enquanto estávamos com outro assim-chamada dupla "monogâmica", o meu namorado sugeriu que os quatro fôssemos para o quarto. Eu não estava de maneira alguma chocado visto que, embora eu fosse relativamente novo na cena homossexual, eu já sabia como era que as coisas funcionavam. E, mais ainda, eu faria de tudo para agradar alguém que eu pensava que se preocupava comigo e que me amava.

Esta situação prosseguiu durante algumas semanas até que todos nós avançamos a festa para os bares e para os clubes de dança na Castor [distrito homossexual de São Francisco]; não muito lentamente, o nosso círculo de parceiros sexuais casuais expandiu-se e então nós tornamo-nos numa daquelas duplas que fingia ser um casal; inicialmente, eu pensei que fazia o que fazia para o manter feliz, mas apercebi-me mais tarde que estava a ficar mais e mais atraído a outros homens.

Eu reparava que este homem era mais masculino que o meu namorado, ou que aquele outro era mais agressivo, ou que outro ainda tinha uma voz mais grossa ou braços mais longos ou mãos maiores. Na minha mente, eu estava a criar e a procurar por um tipo de ícone homossexual masculino - um ídolo perfeito da masculinidade que me poderia salvar. Era uma fixação incessante derivada da minha infância passada com uma obsessão pela pornografia, e período durante o qual o corpo masculino se havia transformado num super-homem, e depois monstruoso nas suas proporções exageradas e foco compulsivo no tamanho.

Depois disto, a minha primeira relação homossexual "monogâmica" acabou calmamente: numa visita particular a um dos antros homossexuais da Castro,  e dentro dum dos jogos mutuamente aceites, eu pura e simplesmente sai com outro homem.

Com cerca de 25 anos, e no meio da minha carreira dentro da vida homossexual, voltei-me a juntar com outro homem, mas com alguém com uma idade mais próxima da minha. Desta vez, no entanto, em vez de ser o rapaz fracote em busca de orientação e segurança, senti-me como alguém no mesmo nível e queria ter esta união dentro das minhas regras.

Mas o que realmente me levou a buscar um tipo de abrigo no relacionamento um-com-um foi o meu medo crescente da morte e a minha frustração total com um estilo de vida que matou cada um dos amigos que eu havia feito quando tinha 18 anos. Agora, a meio dos meus anos 20, estava a pressentir uma solidão crescente que me fazia sentir como se eu tivesse voltado a ser um rapaz.

Eu não sabia o que fazer, e como tal, tomei a decisão de viver na periferia do homossexualismo; voltar para casa todas as noites com o mesmo homem, mas mantendo ainda a minha aliança com tudo: tomando parte das paradas, festivais e comícios como um pleno homem homossexual.

No entanto, este auto-exílio só durou alguns meses visto que, tal como tinha acontecido com o meu namorado de há 8 anos atrás, comecei gradualmente a ficar aborrecido e inquieto. Igualmente, o meu parceiro estava a sentir o mesmo e devido a isso, abrimos as coisas um bocado e convidamos um terceiro homem, e depois um quarto, e depois um quinto. Finalmente, dentro do nosso grupo de amigos, nós havíamos criado a nossa pequena sauna gay.

Mais uma vez, eu avancei, e à medida que o círculo de parceiros homossexuais continuou a expandir, ele eventualmente consumiu qualquer sentido de relacionamento e nós passamos a ser o que muitos dão o nome de "f##kbuddies".

Alguns anos mais tarde, eu voltei a tentar tudo outra vez, só que desta vez eu estava perto dos meus 30 anos, e o meu parceiro tinha 40 e qualquer coisa. Uma vez que eu já estava dentro do estilo de vida homossexual há mais de 10 anos, já havia tentado quase tudo, ficado desiludido vez após vez, e ainda estava mesmo assim decidido e ainda em busca, as coisas tornaram-se particularmente doentias para mim.

Quase todas as semanas o meu novo parceiro trazia para casa um homem jovem pateticamente inexperiente e normalmente demasiado drogado. As coisas tornaram-se canibalescas; havia sempre este sensação sombria de conquistar e submeter: o impulso era avançado através duma fome insaciável que nunca permitia ficar de barriga cheia; era um certo tipo de bulimia: o devorar e a satisfação temporária seguida duma auto-purga e depois então o regresso imediato do desejo sobrepujante de voltar a ser satisfeito.

A psique pervasiva de todos envolvidos é o desconhecimento avassalador da nossa imperfeição; logo, a nossa existência centra-se em obter algum tipo de inteireza.

Depois de duas décadas a experimentar todas estas fúrias e estes devaneios, cheguei a uma conclusão: um mundo sem mulheres é impossível. Parece simples, mas para mim foi uma revelação. Porque, havendo crescido durante o "poder feminino" dos anos 70, do ERA, e dos anúncios publicitários da Charlie, sempre pensei que a única diferença que existia entre os homens e as mulheres resumia-se a algo entre as pernas.

Inicialmente, a realidade das distinções entre os sexos tornou-se totalmente óbvia quando me envolvi pela primeira vez com uma mulher prostituta, e, para choque e desalento  meu, ela revelou-se um bocado puritana. Vejam: até aquele momento, todas as minhas experiências sexuais haviam sido com homens homossexuais. Estupidamente, eu pensei que as mulheres se comportavam da mesma maneira - pelo menos as mulheres mais promiscuas.

Só que não era verdade.

Em Berkeley, durante uma prolongada fase bissexual, namorei outra estudante, uma rapariga hippie sem qualquer tipo de inibição que, apesar da sua forma livre de pensar, precisava de ser romanceada constantemente antes que pudesse ocorrer algo físico. Como alguém habituado a usar outros homens como escape sexual, rapidamente descobri que as mulheres eram demasiado exigentes e faziam com que eu perdesse muito tempo.

No distrito de Castro, eu nem precisava de falar com um potencial parceiro; um contacto visual através da discoteca cheia era o suficiente - tu simplesmente ias para a casa de banho e esperavas. 

Nenhuma mulher, nem mesmo a mulher de rua (a menos que seja mentalmente doente), irá seguir um homem desconhecido para uma casa de banho (sem porta) e terá relações sexuais com ele perto dum banheiro público sujo. No entanto, os homens "gays" fazem isto todos os dias.

Os excessos sexuais do mundo homossexual masculino são indisputáveis, só que, ao contrário de muitos que promovem uma nova imagem higienizada, livre de doenças, do homem homossexual moderno, esta perversidade é inevitável - até mesmo entre os assim-chamados "casados" e "monogâmicos". Isto prende-se principalmente com o simples facto de que uma sociedade totalmente masculina entrará em colapso porque a testosterona dos homens nunca é moderada com o estrogénio das mulheres.

Na verdade, o domínio não controlado dos hormonas masculinos gera o síndrome sexual da China, onde os homens, e especificamente os homens homossexuais que cresceram alienados e desesperados por afeição masculina, congregam-se juntos, encontram um fornecimento infindável de outros homens igualmente magoados dispostos a ter sexo. Então, e sem malícia, e através dos seus excessos, eles dão início a uma cascata de morte.

Depois do movimento de emancipação homossexual dos anos 70, este desastre tomou a forma da SIDA; hoje, embora a ciência tenha aperfeiçoado novas formas de manter os homens homossexuais vivos, o colapso continua com um sempre crescente número de infecções sexualmente transmitidas resistentes a anti-bióticos que só parecem surgir dentro das entranhas dos homens homossexuais.

O inevitável destino parece ser sempre a doença e a morte, até mesmo entre aqueles que tentam escapar a este horror fazendo uma parceria e abraçando alguma forma estranha de "monogamia homossexual" - quando mais de metade das infecções com o HIV entre os homens homossexuais ocorrem quando estes estão num relacionamento.

A inquietação generalizada e a necessidade de idolatrar a masculinidade sempre mostra a sua cara feia; em termos de homens e mulheres, há uma diferença incrível entre o fascínio que os homens têm com a pornografia, com a muito menor percentagem das mulheres que assistem a pornografia; "os homens são 543% mais susceptíveis de assistir a pornografia que as mulheres."

Logo, os homens que têm atracção um pelos outros formam uma cultura sem mulheres, e as forças sexuais dentro do masculino são libertadas sem que haja a moderação das mulheres: o corpo é objectificado até a um ponto que se torna doentio; o sexo é constante e desenfreado, e a única coisa que pára a perversidade é a doença.

O todo-feminino mundo das lésbicas, embora tenha taxas muito baixas de DST, também têm os seus problemas.

Sem a testosterona, o excesso de estrogénio gera um universo de emocionalismo excessivo que tende para drama excessivo a roçar a violência.
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The evidence:
“Almost half of the participants (48.7%) were monogamous, slightly fewer (42.1%) reported non-monogamous sexual agreements with some conditions or restrictions, and a relatively small number (9.2%) reported sexual agreements with absolutely no restrictions on sex with outside partners. A third of the participants (32.4%) reported breaking their agreement in the preceding 12 months and 14.8% reported having UAI in the preceding 3 months with an outside partner of discordant or unknown serostatus.”
“Development and Validation of the Sexual Agreement Investment Scale”
Torsten B. Neilands, PhD, et al.
J Sex Res. 2010 Jan; 47(1): 24–37.

“Ninety nine percent of couples reported having an agreement. Specifically, 45% had monogamous agreements, 47% had open agreements, and 8% reported discrepant agreements.”
Relationship Characteristics and Motivations behind Agreements among Gay Male Couples: Differences by Agreement Type and Couple Serostatus
Colleen C. Hoff, PhD, et al.
AIDS Care. 2010 Jul; 22(7): 827–835.

“Nearly 70% of HIV+ MSM (men who have sex with men) are estimated to have contracted HIV from a main partner…Our data suggest that reported monogamy may sometimes reflect intent or a non-traditional definition of monogamy rather than engagement in sex with only one partner. Nearly a quarter of men who indicated that they had only had sex with their partner for the duration of their relationship also reported engagement in anal sex with at least one non-main partner in the past 90 days. This supports previous research showing “monogamy” to be an ambiguous term…”
“Open, Closed, or In Between: Relationship Configuration and Condom Use among Men Who Use the Internet to Seek Sex with Men”
Sonya S. Brady, et al.
AIDS Behav. 2013 May; 17(4): 1499–1514.

“The Monopoly data indicate that while a majority of gay and bisexual men report having a ‘regular partner’, a very substantial proportion of these, probably more than half, may be ‘f##kbuddy’style arrangements rather than the ‘boyfriend’style ‘relationships’ that is often implied by the use of the term ‘regular partner.’”
“Monopoly A study of gay men’s relationships 2014”
Garrett Prestage, et al.
The Kirby Institute, University of New South Wales. 2015.

“Sixty-eight percent of HIV transmissions were from main sex partners…”
Estimating the proportion of HIV transmissions from main sex partners among men who have sex with men in five US cities.
Sullivan PS, et al.
AIDS. 2009 Jun 1;23(9):1153-62.

“78% of lesbians report that they have either defended themselves or fought back against an abusive partner.”
“Domestic Violence and Lesbian, Gay, Bisexual and Transgender Relationships”
The Public Policy Office of the National Coalition Against Domestic Violence
http://www.uncfsp.org/projects/userfiles/file/dce-stop_now/ncadv_lgbt_fact_sheet.pdf.

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