Parada gay que estava agendada para o dia 6 de Outubro em Belgrado
(Sérvia) foi cancelada depois de ultra-nacionalistas terem ameaçado a
marcha, e após a condenação da Igreja Ortodoxa. Em palavras registas
pela AFP, o Primeiro Ministro Ivica Dacic afirmou:
Tendo como base
as estimativas e as recomendações de segurança, em prol da segurança
dos cidadãos, o ministro do interior tomou a decisão de banir todos os
ajuntamentos anunciados para o dia 6 de Outubro, incluindo a marcha de orgulho.
Dacic acrescentou ainda que "Isto não implica uma capitulação ou recuo", insistindo que a administração não está a dar relevância às palavras dos ultra-nacionalistas que ameaçaram atacar a parada.
No
entanto, estima-se que, no presente momento, a ordem pública poderia
ser seriamente colocada em risco, o que poderia colocar em perigo os interesses dos cidadãos e do estado.
Poucas horas antes do anuncio oficial, o Patriarca da Igreja Ortodoxa Irinej havia já apelado a Dacic que banisse a marcha, não por motivos de segurança, mas sim por ele qualificar a parada gay de "a parada da vergonha" - a Igreja Ortodoxa qualifica o homossexualismo de pecado, e já falou previamente contra eventos locais pró-homossexualismo.
Esta é a segunda parada gay seguida que é banida na Sérvia, depois de protestos violentos terem ameaçado o evento do ano passado. Por toda a internet circularam mensagens ameaçadoras e avisos intimidatórios foram pintados com spray por toda a cidade. A primeira e única parada gay na Sérvia realizou-se em 2010, e resultou em confrontos que causaram cerca de 150 feridos.
Não só o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo é ilegal na Sérvia, como não existe qualquer tipo de providência legal que reconheça as uniões homossexualistas. Para além disso, com frequência os conservadores atacam as tentativas que visam levar a cabo eventos com temática homossexualista.
A AFP notou que a escolha de Dacic - de banir a parada gay - pode não ser bem recebida pelos outros representantes Europeus, especialmente depois da Ministra Sueca dos Assuntos Europeus - Birgitta Ohlsson - ter sido colocada como uma das oradoras principais do evento, afirmando que seria um "gesto de solidariedade". A Sérvia só se candidatou à União Europeia em Fevereiro último.
Os organizadores do evento criticaram o governo, afirmando que a decisão de banir o evento foi um gesto que o colocou ao lado dos ultra-conservadores. Goran Mileti, um dos organizadores, afirmou
Se o estado
capitulou este ano, isto é uma coligação aberta com os hooligans,
considerando que os representantes do braço executivo do governo
adoptaram por completo os argumentos das organizações extremistas, e
até as suas exigências.
Fonte: Christian Post
* * * * * * *
Como é normal no "Christian" Post, a maneira como eles colocam a questão parece sugerir que ser contra o homossexualismo é algo que a Igreja Ortodoxa inventou, e não algo que é ensinado pela Bíblia. Mas isso já é normal nestas organizações "Cristãs".
Paralelamente a isto, o "Christian" Post, ao contrário de outras organizações genuinamente Cristãs, continua a usar o termo "casamento" sem aspas quando se refere ao "casamento" entre pessoas do mesmo sexo (que não é casamento nenhum mas uma paródia do mesmo).
Em relação ao evento em si, ou à proibição do mesmo, não parece que haja muito a dizer: uma minoria de sérvios queria levar a cabo eventos de temática homossexual que são ofensivos para a esmagadora maioria dos habitantes de Belgrado. O Estado, como servo da população, seguiu os desejos da maioria.
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