Esta é a segunda parte do artigo iniciado aqui.
Mesmo
sendo um jovem ingénuo, um aspecto do livro "The Church and the Homosexual"
sempre me soou estranho.
Dado
que McNeill estava a sugerir um revisionismo radical à tradicional
ética sexual Católica, não havia quase nada sobre a ética sexual. A
ética sexual Católica é bem específica sobre o propósito da sexualidade
humana e sobre os tipos de comportamentos que estão de acordo com esse
propósito. A crítica de McNeill à ética tradicional ocupou a maior
parte do livro, mas ele deixou o leitor com uma ideia vaga sobre o que
ele propunha em seu lugar. Em relação a isso, não havia nada lá escrito
sobre a vida real dos homossexuais.
No
seu livro, o homossexualismo foi tratado como uma abstracção
intelectual, mas eu estava desesperado para ter uma ideia do que me
esperava do outro lado do armário fechado. E sem ninguém para além do
[ex-]Padre MacNeill como guia, fui forçado a ler entre as linhas. Há
uma única passagem que eu interpretei como pista. (Na verdade, essa
passagem foi quase que um nota de rodapé.) A dada altura ele comentou
que as uniões homossexuais monogâmicas eram consistentes com os
ensinamentos da Igreja, ou pelos menos com o espírito renovado e de
renovação da Igreja pós-Vaticano II.
Com
nada mais a que me agarrar, interpretei isso no sentido prescritivo e
deduzi que McNeill estava a alegar que os actos homogénitos só eram
morais se fossem feitos dentro do contexto dum relacionamento
monogâmico. Para além disso, assumi o que parecia ser algo
razoável, isto é, que o autor conhecia tais relacionamentos; devido a isso, fiquei com
a expectativa razoável de encontrar tais relacionamentos. Se assim não
fosse, para quem é que McNeill estava a escrever?
Não
fui suficientemente ingénuo (embora tenha sido muito ingénuo) para não
me aperceber da existência de homens homossexuais promíscuos. Mas
colocando de lado McNeill (...) isso levou-me a acreditar
que para além dos homens promíscuos que por aí existiam, havia um
contingente de homens homossexuais que se encontravam comprometidos em
viver uma vida monogâmica. Se assim não fosse, McNeill estaria a
defender a promiscuidade e a própria ideia dum padre a defender a
promiscuidade era inconcebível para mim. (Sim, eu fui ingénuo até esse ponto).
Há
alguns anos atrás McNeill publicou uma autobiografia onde fala
abertamente das suas experiências sexuais enquanto era ainda um padre
Católico - um padre homossexual Católico sexualmente activo e promíscuo.
Ele escreve duma forma quase nostálgica dos tempos em que andava pelos
bares em busca de sexo. Embora ele tenha eventualmente acabado por
encontrar um parceiro estável (enquanto ainda era padre), ele nunca se
desculpou pelos seus anos de promiscuidade, e nem fez qualquer alusão à
disparidade entre a sua vida pessoal e a passagem do seu livro que
tanta importância teve para mim.
É
possível que ele nem se lembre de sugerir que era suposto os
homossexuais permanecerem celibatários até estarem dentro dum
relacionamento monogâmico. É óbvio que ele nunca teve a intenção de que
essa passagem fosse levada a sério, excepto por parte daqueles que nada
mais fariam que olhar para a janela - isto é, os Católicos crédulos,
bem-intencionados não-homossexuais, de preferência aqueles que se
encontravam numa posição de autoridade. Ou ainda, os igualmente
ingénuos e crédulos jovens como eu que buscavam por uma razão para agir
em conformidade com os seus desejos sexuais - de preferência uma razão
que não causasse muita violência às suas consciências (pelo menos não
inicialmente).
Estes
últimos, presumiu o autor, iriam eventualmente encontrar o seu caminho
até à secção da pornografia, onde a sua cumplicidade com o plano
maligno os tornaria indistinguíveis do resto dos clientes regulares.
Claramente, havia um motivo para o facto dele, no livro inicial, ter
escrito tão pouco sobre a verdadeira vida dos homossexuais tais como
ele mesmo.
Eu
não vejo de que forma é que a contradição entre o livro "The Church and the Homosexual"
e a sua autobiografia possa ter sido acidental. Porque é que McNeill
iria fingir que acreditava que os homossexuais se deveriam restringir
ao sexo dentro do contexto dos relacionamentos monogâmicos quando a sua
vida demonstrava que isso foi algo que ele nunca fez? Eu só posso pensar
num motivo: porque ele sabia que
se contasse a verdade, o seu argumento estaria morto à nascença.
Embora
até aos dias de hoje McNeill, tal como todos os propagandistas
homossexuais "Cristãos", evite o assunto da ética sexual como se fosse
algum tipo de praga, a sua vida revela de forma cabal as suas crenças
em relação a isso. Ele acredita na liberdade sexual sem restrições.
Ele acredita que os homens e as mulheres deveriam ter o direito de
copular com quem quer que seja, onde quer que queiram, quantas vezes
quiserem. Muito provavelmente ele acrescentaria algum tipo de brometo
sem sentido em torno da forma como ambas as partes se deveriam tratar
com respeito, sem que ninguém fosse magoado, mas qualquer pessoa
familiarizada com o ninho de cobras que é a cultura sexual moderna (tanto
heterossexual como homossexual) saberá o quão a sério levar isso em
conta.
Para
além disso, ele sabe muito bem que se ele tivesse sido honesto em
relação aos seus propósitos, não existiria a "Dignity", e nem
existiria o movimento homossexual "Cristão" (pelo menos não um com a
mínima chance de ser bem sucedido). Isso seria como deitar fora os
livros e deixar que os comuns compradores de vitrina olhem para dentro e
vejam a secção pornográfica. E de maneira nenhuma podemos deixar isso
acontecer, certo?
Dito de outra forma, o ex-Padre McNeill é um mau padre e um vigarista.
E levando em conta as consequências letais de se envolver em actos
homoeróticos, o ex-Padre é um vigarista com sangue nas mãos.
Uma
coisa
quero deixar bem clara: acredito que as verdadeiras convicções de
McNeill, tal como deduzidas do seu real comportamento, e diferente dos
argumentos que ele avança para o benefício dos ingénuos e crédulos,
representam os verdadeiros propósitos e os verdadeiros objectivos do
movimento em torno dos "direitos" dos homossexuais. Esses "direitos"
são a pornografia que os livros escondem. Dito de outra forma, se tu
apoias o que é actualmente qualificado de "a benção das uniões entre
pessoas do mesmo sexo", na práctica estás a apoiar a abolição de toda a
ética sexual Cristã, e a sua posterior substituição por um mercado
sexual "laissez faire", livre e sem
limites.
O
motivo pelo qual o movimento homossexual conseguiu obter o apoio de
tantos heterossexuais é bastante simples. Uma vez abrogado esse tabu,
nenhum outro tabu permanece. Eu ouvi uma vez heterossexuais
Episcopelianos a colocar as coisas desta forma:
Se
eu não quero que a igreja meta o seu nariz no meu quarto, como é que
posso apoiá-la quando ela limita a liberdade sexual dos homossexuais?
Isso
pode soar escandaloso, mas se ainda acreditam que o assunto se centra no estatuto
religioso dos relacionamentos homossexuais, então preparem-se para me
indicar uma igreja algures pelos Estados Unidos que tenha aberto as suas
portas aos homossexuais activos sem as abrir também a todas as outras
formas imagináveis de acoplamento sexual. Sou demasiado velho para ser
enganado pelo "Padre" McNeill e pelas suas abstracções. Mostrem-me uma
igreja assim.
Há
alguns anos atrás subscrevi-me, através da internet, no grupo Yahoo "Dignity".
Por essa altura estavam por lá várias centenas de subscritores. A dada
altura, um jovem confuso e perturbado colocou uma questão: Será que
algum dos subscritores dava algum valor à monogamia? Eu imediatamente
escrevi-lhe de volta e disse que sim, que eu dava valor à monogamia. Uns
dias mais tarde este jovem escreveu-me de volta; ele havia recebido
dezenas de respostas, algumas delas eram bem hostis e ofensivas, todas
menos uma - a minha - a dizer para ele sair para o mundo exterior e ter sexo
porque isso era o que significava ser homossexual. (Este grupo era
"Católico".)
Este
jovem não sabia o que fazer com estas respostas porque nenhuma da
propaganda a que ele havia sido previamente sujeito o haviam preparado para o que realmente era o outro lado do
"armário". Eu não sabia bem o que lhe dizer porque por essa altura eu
mesmo ainda estava apanhado na mentira. Se fosse hoje, a solução seria
bem óbvia. O que eu deveria ter dito na altura era algo do tipo:
Mentiram-te! Pede perdão a Deus e volta
para Kansas o mais depressa possível. A Tia Em está à tua espera.
Continua na 3ª Parte...
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