domingo, 22 de junho de 2014

Os livros eram fachada para a pornografia - Parte 3

Esta é a terceira parte do artigo iniciado aqui

À luz da legítima preocupação com a pornografia na internet, pode parecer irónico afirmar que a internet ajudou-me a ver-me livre do homossexualismo. Durante 20 anos eu pensei que havia algo de errado comigo. Dezenas de pessoas bem intencionadas asseguraram-me que havia por aí um mundo de homens homossexuais totalmente diferente, um mundo que por alguma razão eu nunca fui capaz de encontrar, um mundo repleto de homossexuais tementes a Deus, agindo como heterossexuais, defensores da monogamia, e practicantes da fidelidade.

Essas pessoas asseguraram-me que eles mesmos sabiam (factualmente e de verdade) que tais homossexuais existiam. Eles mesmos conheciam homens assim (ou pelo menos tinham ouvido falar deles por parte de pessoas que conheciam homossexuais tais como esses). E eu acreditei, embora com o passar dos anos tenha ficado cada vez mais difícil. Foi então que eu comprei um computador e subscrevi-me na AOL. Foi então que eu pensei:

Então vamos lá! Claramente os homossexuais moralmente conservadores são tímidos e assustadiços e pessoas que temem movimentos bruscos. Eles não gostam de bares nem de balneários [homossexuais]. Nem eu. Eles não se fazem presentes em encontros na "Dignity" e nem nos cultos da "Metropolitan Community Church" porque essas "igrejas" homossexuais são, na verdade, balneários homossexuais mascarados de lugares de oração. Mas não há motivo que impeça um homossexual moralmente conservador de se subscrever a AOL e submeter o seu perfil. Se eu posso fazer isso, qualquer pessoa pode.

E foi isso que eu fiz. Criei um perfil a descrever-me como um Católico conservador (mais ou menos) que gostava de música clássica, teatro, bons livros e conversas cintilantes sobre esses tópicos. Disse que gostaria muito de conhecer homossexuais com o mesmo tipo de pensamento tendo o vista uma amizade e romance. Tentei ser o mais claro possível. Não estava interessado em encontros só de uma noite. Passados alguns minutos depois de ter publicado o meu perfil, obtive a minha primeira resposta. Essa resposta tinha apenas três palavras: "Quantos centimetros tens?" A partir daí, a minha experiência com a AOL foi sempre a descer.

Quando eu me assumi como homossexual (no princípio dos anos 80), era comum os apologistas do movimento homossexual afirmar que a promiscuidade entre os homens homossexuais era resultado da sua "homofobia internalizada". Os homens homossexuais, tal como os Afro-Americanos, internalizaram e agiram em conformidade com as mentiras que eles haviam aprendido na cultura Americana mainstream. Para além disso, os homossexuais eram forçados a buscar por amor em bares com luzes fracas, balneários e parques públicos devido ao medo da perseguição feita pelo mainstream homofóbico. Foi-nos dito que a solução para este problema era permitir que os homossexuais viessem a público, sem medo de retribuição.

Uma variante deste argumento é ainda avançada por activistas tais como Andrew Sullivan como forma de legitimar o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo. Há trinta anos atrás isto parecia razoável, mas já se passaram 35 anos desde os infames tumultos de Stonewall, em 1969 (New York), o "Lexington" e "Concord" do movimento de emancipação dos homossexuais. Durante estes anos, os homossexuais encontraram o seu espaço público nas maiores cidades Americanas, bem como em muitas das cidades menores. Eles tiveram a hipótese de criar o que eles quisessem nesses espaços, e o que foi que eles criaram? Novos espaços e novas formas de encontrar novos parceiros sexuais.

Para além do valor propagandístico, as livrarias tais como a Lobo, que disponibilizam poesia e pornografia, existem por outro motivo: sem a pornografia, estas livrarias rapidamente fechariam por falta de clientes. De facto, apesar da pornografia, a maior parte das livrarias [homossexuais] fecharam precisamente por falta de clientes. Depois do eclodir do entusiasmo que ocorreu nos anos 70 e 80, as publicadoras homossexuais entraram em declínio, e não revelam sinais de "sair do armário" da bancarrota financeira.

Mal o brilho da novidade acabou, os homens homossexuais aborreceram-se de ler sobre outros homens a ter experiências sexuais com outros homens, preferindo em seu lugar usar as suas posses para buscar as suas próprias experiências. Os centros comunitários gays e lésbicos têm grande dificuldade em manter as suas portas abertas. As "igrejas" homossexuais sobrevivem como lugares onde os adoradores podem ir apagar o que está nas suas mentes e limpar suas consciências sujas depois de passarem o dia anterior em bares em busca de sexo. E aí não há o perigo de alguma vez ouvir uma palavra do púlpito sugerindo que saltar de bar em bar em busca de sexo não está de acordo com a Bíblia.

Quando eu vivia no Reino Unido, fiquei espantado com o quanto que a cultura homossexual de Londres replicava a cultura homossexual dos Estados Unidos. O mesmo acontecia em Paris, Amesterdão e Berlim. O homossexualismo é uma das mais bem sucedidas exportações dos Estados Unidos. E o foco dos espaços sociais homossexuais Europeus é idêntico ao foco dos espaços homossexuais Americanos: sexo. O ciberespaço é actualmente a mais recente conquista do espantoso e mais novo Magalhães: o homem homossexual em busca de novas conquistas sexuais. 

Mas por esta altura, de que forma é que é possível culpar a promiscuidade entre os homens homossexuais à homofobia, internalizada ou não? Com base nas evidências  pouco mais robustas que wishful thinking, Andrew Sullivan quer que acreditemos que a legalização do "casamento" homossexual irá domesticar os homens homossexuais, e toda aquela energia dedicada à construção de bares e balneários homossexuais será canalizada para a construção de cercas e garagens para dois carros.

O que Andrew Sulllivan se recusa a aceitar [bem como todos os idiotas úteis do homoerotismo] é que os homens homossexuais não são promíscuos devido à "homofobia internalizada", ou devido a leis que proíbem o "casamento" homossexual. Os homens homossexuais são promíscuos porque, quando têm a liberdade para escolher como agir, eles escolhem em larga maioria viver como promíscuos. E destruir o tijolo de construção mais importante da nossa civilização, a família, não irá alterar isso.

Certa vez, li um irrefutável e honesto desabafo de Andrew Sullivan onde ele admitia o verdadeiro propósito do seu apoio à causa do "casamento" homossexual. Ele encarou a natureza sórdida da sua vida sexual, que é mais do que a maior parte dos activistas homossexuais está disposto a fazer, e lamentou-se por ela. Ele desejava ter vivido uma tipo de vida diferente, e aparentemente ele acredita que se o casamento fosse uma opção, ele teria sido capaz de viver um outro tipo de vida.

Eu tenho mais respeito por Andrew Sullivan do que pela maior parte dos activistas homossexuais. Acredito que ele realmente gostaria de reconciliar os seus desejos sexuais com as exigências da sua consciência. Mas com o devido respeito, será que estamos preparados para sacrificar a instituição da família com base numa esperança (sem evidências) de que se assim fizermos, pessoas como Sullivan estarão mais dispostas a não abrir os fechos das suas calças?

Mas será que não é teoricamente possível que os homossexuais se possam conter dentro de algo parecido com a ética sexual Católica, excepto na parte em torno da procriação - isto é, relacionamentos monogâmicos para toda a vida? Claro que é teoricamente possível. Em 1968 também era teoricamente possível que o uso dos contraceptivos pudesse ser restrito aos casados, e que o revoltante declínio para a anarquia sexual dentro da qual vivemos hoje pudesse ter sido evitado. É teoricamente possível, mas é practicamente impossível. E é impossível porque toda a noção da orientação sexual estável sobre a qual todo o movimento homossexual se baseia não tem fundamento nos factos.

René Girard, o crítico literário Francês e sociólogo da religião, alega que toda a civilização humana se baseia no desejo. Todas as civilizações rodearam os objectos de desejo (incluindo o desejo sexual) com uma elaborada e insuperável parede de tabus e restricçôes.

Até hoje.

O que estamos a observar actualmente no mundo ocidental não é a legitimação de, até hoje, formas de amor desprezadas mas honradas, mas sim a redução da humanidade ao mínimo denominador comum: desejo desenfreado e irrestrito. 

Afimar que abrimos a Caixa de Pandora seria um gigantesco eufemismo. Apertem os vossos cintos de segurança, senhoras e senhores, porque parece que vamos ter um milénio cheio de perturbações.

Quando eu estava em idade de crescimento, era suposto todos nós sermos heterossexuais. Foi então que o homossexualismo foi introduzido. Inicialmente, isto não parecia ser uma revisão de dimensões consideráveis porque, exceptuando a procriação, o homossexualismo, pelo menos em teoria, deixava o resto da ética sexual intacta. Duas pessoas com o mesmo sexo poderiam (teoricamente) gostar uma da outra e viver uma vida de compromisso monogâmico.

Foi então que o bissexualismo foi introduzido e as implicações reais da revolução sexual tornaram-se claras. A monogamia foi lançada fora. As normais morais foram também rejeitadas. A sexualidade faz-o-que-quiseres tornou-se padrão. Se alguém quer saber o que é isso, nada mais precisa de fazer do que ficar online. A internet disponibiliza de forma bem clara lugares privilegiados para quem quer observar o circo da desintegração da nossa civilização. 

Tomemos como exemplo a Yahoo; esta organização tornou possível que pessoas com interesses comuns criassem grupos com o propósito de estabelecer contactos e partilhar informação. Se isto gera em ti a imagens de genealogistas e coleccionadores de selos, estás enganado. Existem actualmente milhares de grupos da Yahoo que atendem a todo o tipo de perversão sexual possível e imaginária. Muitos desses grupos iriam provavelmente desafiar a imaginação do Marquês de Sade.

Pessoas que até poucos anos atrás nada mais poderiam fazer que fantasiar, hoje podem-se entreter sabendo que há a possibilidade de realizarem as suas taras. Certa vez conheci um homem online cujo desejo mais valioso era o de levar palmadas com uma carteira de couro. Tinha que ser de couro. Tinha que ser uma carteira. E tinha mesmo que levar palmadas dessa forma. A antiquada fricção genital era opcional. 

Este homem queria uma etiqueta Gucci tatuada no seu traseiro. Ele não conseguia imaginar ponto de paixão mais elevado. E ele insistia que o seu desejo era tão fundamental para a sua natureza sexual como ir para a cama com um homem o era para mim. Para além disso, ele criou um grupo Yahoo que tinha mais de 300 membros, todos eles com a mesma paixão.

Não há um objecto no mundo, nenhuma parte corporal humana ou animal que não possa ser erotizada. Dito isto, é o desejo de levar palmadas com uma carteira de couro uma "orientação sexual"? Se não, qual é a diferença? Houve uma período da minha vida durante o qual eu teria dito algo do tipo:

Mas é claro que é diferente. Tu não podes partilhar uma vida comum com uma carteira de couro. Não podes amar uma carteira de couro. Tu estás a falar dum fetiche e não duma orientação sexual. Isso são coisas completamente diferentes.

Mas a realidade dos factos é que todos os homens homossexuais que eu encontrei tinham um fetiche pela pele masculina, com toda a objectificação e despersonalização que ela envolve, e eu hoje olho para essa distinção um sofisma. Afinal de contas, o couro também é pele. A diferença real entre o homem da internet e o homossexual comum é que o primeiro preferia que a sua pele fosse italiana, bovina e bronzeada.

Através dos anos, frequentei várias "igrejas" homossexuais ou simpatéticas com o homossexualismo. Todas elas partilhavam duma característica comum: era acordo tácito nunca dizer nada do púlpito - ou de qualquer outra localização - sugerindo que deveria haver restrições ao comportamento sexual humano

Se alguém está familiarizado com as igrejas "Dignity", "Integrity" ou a "Metropolitan Community", ou pode-se dizer, com o Protestantismo mainstream e maior parte do Catolicismo pós-Vaticano II, deixem-me fazer uma pergunta: Quando foi a última vez que ouviram um sermão em torno da ética sexual? Será que alguma vez ouviram um sermão em torno da ética sexual? Assumo que a resposta seja negativa. Será que os nossos pastores e padres honestamente acreditem que os Cristãos Americanos não precisam de sermões em torno da ética sexual?

Eis aqui um facto assustador: se nós, como nação e como Igreja deixamo-nos levar pela vigarice das duplas homossexuais monogâmicas, estaremos a aceitar no nosso Trilho da Comunhão (assumindo que eles ainda existem) não só o estatisticamente irrelevante número de duplas homoeróticas que vivem juntas há mais do que alguns anos (a maioria das quais comprou a "estabilidade" afrouxando a monogamia); estaremos também a aceitar e a dar legitimidade a todo os tipos de gosto sexual - desde a antiquada masturbação e o adultério, até a mais estranha forma de fetiche sexual. Estaremos, dito de outra forma, a abençoar o suicídio da civilização Ocidental.

Continua na 4ª Parte.....

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