Esta é a terceira parte do artigo iniciado aqui.
À
luz da legítima preocupação com a pornografia na internet, pode parecer
irónico afirmar que a internet ajudou-me a ver-me livre do
homossexualismo. Durante 20 anos eu pensei que havia algo de errado
comigo. Dezenas de pessoas bem intencionadas asseguraram-me que havia
por aí um mundo de homens homossexuais totalmente diferente, um mundo
que por alguma razão eu nunca fui capaz de encontrar, um mundo repleto
de homossexuais tementes a Deus, agindo como heterossexuais,
defensores da monogamia, e practicantes da fidelidade.
Essas
pessoas asseguraram-me que eles mesmos sabiam (factualmente e de
verdade) que tais homossexuais existiam.
Eles mesmos conheciam homens assim (ou pelo menos tinham ouvido falar
deles por parte de pessoas que conheciam homossexuais tais como esses).
E eu acreditei, embora com o passar dos anos tenha ficado cada vez mais
difícil. Foi então que eu comprei um computador e subscrevi-me na AOL.
Foi então que eu pensei:
Então vamos lá!
Claramente os homossexuais moralmente conservadores são tímidos
e assustadiços e pessoas que temem movimentos bruscos. Eles não gostam
de bares nem de balneários [homossexuais]. Nem eu. Eles não se fazem
presentes em encontros na "Dignity" e nem nos cultos da "Metropolitan
Community Church" porque essas "igrejas" homossexuais são, na verdade,
balneários homossexuais mascarados de lugares de oração. Mas não há
motivo que impeça um homossexual moralmente conservador de se
subscrever a AOL e submeter
o seu perfil. Se eu posso fazer isso, qualquer pessoa pode.
E
foi isso que eu fiz. Criei um perfil a descrever-me como um Católico
conservador (mais ou menos) que
gostava de música clássica, teatro, bons livros e conversas cintilantes
sobre esses tópicos. Disse que gostaria muito de conhecer homossexuais
com o mesmo tipo de pensamento tendo o vista uma amizade e romance.
Tentei ser o mais claro possível. Não estava interessado em encontros
só de uma noite. Passados
alguns minutos depois de ter publicado o meu perfil, obtive a minha
primeira resposta. Essa resposta tinha apenas três palavras: "Quantos centimetros tens?" A
partir daí, a minha experiência com a AOL foi sempre a descer.
Quando
eu me assumi como homossexual (no princípio dos anos 80), era comum os
apologistas do movimento homossexual afirmar que a promiscuidade
entre os homens homossexuais era resultado da sua "homofobia
internalizada". Os homens homossexuais, tal como os Afro-Americanos,
internalizaram e agiram em conformidade com as mentiras que eles haviam
aprendido na cultura Americana mainstream.
Para além disso, os homossexuais eram forçados a buscar por amor em
bares com luzes fracas, balneários e parques públicos devido ao medo da
perseguição feita pelo mainstream
homofóbico. Foi-nos dito que a solução para este problema era permitir
que os homossexuais viessem a público, sem medo de retribuição.
Uma
variante deste argumento é ainda avançada por activistas tais como
Andrew Sullivan como forma de legitimar o "casamento" entre pessoas do
mesmo sexo. Há trinta anos atrás isto parecia razoável, mas já se
passaram 35 anos desde os infames tumultos de Stonewall, em 1969 (New
York), o "Lexington" e "Concord" do movimento de emancipação dos
homossexuais. Durante estes anos, os homossexuais encontraram o seu
espaço público nas maiores cidades Americanas, bem como em muitas das
cidades menores. Eles tiveram a hipótese de criar o que eles quisessem
nesses espaços, e o que foi que eles criaram? Novos espaços e novas formas de encontrar novos parceiros sexuais.
Para
além do valor propagandístico, as livrarias tais como a Lobo, que disponibilizam poesia e
pornografia, existem por outro motivo: sem a pornografia,
estas livrarias rapidamente fechariam por falta de clientes. De facto,
apesar da pornografia, a maior parte das livrarias [homossexuais] fecharam
precisamente por falta de clientes. Depois do
eclodir do entusiasmo que ocorreu nos anos 70 e 80, as publicadoras
homossexuais entraram em declínio, e não revelam sinais de "sair do
armário" da bancarrota financeira.
Mal
o brilho da novidade
acabou, os homens homossexuais aborreceram-se de ler sobre outros
homens a ter experiências sexuais com outros homens, preferindo em seu
lugar usar as suas posses para buscar as suas próprias experiências. Os
centros comunitários gays e lésbicos têm grande dificuldade em manter
as suas portas abertas. As "igrejas" homossexuais sobrevivem como
lugares onde os adoradores podem ir apagar o que está nas suas mentes e
limpar suas consciências sujas depois de passarem o dia anterior em bares em
busca de sexo. E aí não há o perigo de alguma vez ouvir uma
palavra do púlpito sugerindo que saltar de bar em bar em busca de sexo
não está de acordo com a Bíblia.
Quando
eu vivia no Reino Unido, fiquei espantado com o quanto que a cultura
homossexual de Londres replicava a cultura homossexual dos Estados
Unidos. O mesmo acontecia em Paris, Amesterdão e Berlim. O
homossexualismo é uma das mais bem sucedidas exportações dos Estados
Unidos. E o foco dos espaços sociais homossexuais Europeus é idêntico
ao foco dos espaços homossexuais Americanos: sexo. O ciberespaço é
actualmente a mais recente conquista do espantoso e mais novo
Magalhães: o homem homossexual em busca de novas conquistas
sexuais.
Mas por esta altura, de que forma é que é possível culpar a promiscuidade entre os homens homossexuais à homofobia, internalizada ou não? Com base nas evidências pouco mais robustas que wishful thinking, Andrew Sullivan quer que acreditemos que a legalização do "casamento" homossexual irá domesticar os homens homossexuais, e toda aquela energia dedicada à construção de bares e balneários homossexuais será canalizada para a construção de cercas e garagens para dois carros.
O
que Andrew Sulllivan se recusa a aceitar [bem como todos os idiotas
úteis
do homoerotismo] é que os homens homossexuais não são promíscuos devido
à "homofobia internalizada", ou devido a leis que proíbem o "casamento"
homossexual. Os homens homossexuais são promíscuos porque, quando têm a
liberdade para escolher como agir, eles escolhem em larga maioria viver
como promíscuos. E destruir o tijolo de construção mais
importante da nossa civilização, a família, não irá alterar isso.
Certa vez, li um irrefutável e honesto desabafo de Andrew Sullivan onde ele admitia o verdadeiro propósito do seu apoio à causa do "casamento" homossexual. Ele encarou a natureza sórdida da sua vida sexual, que é mais do que a maior parte dos activistas homossexuais está disposto a fazer, e lamentou-se por ela. Ele desejava ter vivido uma tipo de vida diferente, e aparentemente ele acredita que se o casamento fosse uma opção, ele teria sido capaz de viver um outro tipo de vida.
Eu tenho mais respeito por Andrew Sullivan do que pela maior parte dos activistas homossexuais. Acredito que ele realmente gostaria de reconciliar os seus desejos sexuais com as exigências da sua consciência. Mas com o devido respeito, será que estamos preparados para sacrificar a instituição da família com base numa esperança (sem evidências) de que se assim fizermos, pessoas como Sullivan estarão mais dispostas a não abrir os fechos das suas calças?
Mas será que não é teoricamente possível que os homossexuais se possam conter dentro de algo parecido com a ética sexual Católica, excepto na parte em torno da procriação - isto é, relacionamentos monogâmicos para toda a vida? Claro que é teoricamente possível. Em 1968 também era teoricamente possível que o uso dos contraceptivos pudesse ser restrito aos casados, e que o revoltante declínio para a anarquia sexual dentro da qual vivemos hoje pudesse ter sido evitado. É teoricamente possível, mas é practicamente impossível. E é impossível porque toda a noção da orientação sexual estável sobre a qual todo o movimento homossexual se baseia não tem fundamento nos factos.
Certa vez, li um irrefutável e honesto desabafo de Andrew Sullivan onde ele admitia o verdadeiro propósito do seu apoio à causa do "casamento" homossexual. Ele encarou a natureza sórdida da sua vida sexual, que é mais do que a maior parte dos activistas homossexuais está disposto a fazer, e lamentou-se por ela. Ele desejava ter vivido uma tipo de vida diferente, e aparentemente ele acredita que se o casamento fosse uma opção, ele teria sido capaz de viver um outro tipo de vida.
Eu tenho mais respeito por Andrew Sullivan do que pela maior parte dos activistas homossexuais. Acredito que ele realmente gostaria de reconciliar os seus desejos sexuais com as exigências da sua consciência. Mas com o devido respeito, será que estamos preparados para sacrificar a instituição da família com base numa esperança (sem evidências) de que se assim fizermos, pessoas como Sullivan estarão mais dispostas a não abrir os fechos das suas calças?
Mas será que não é teoricamente possível que os homossexuais se possam conter dentro de algo parecido com a ética sexual Católica, excepto na parte em torno da procriação - isto é, relacionamentos monogâmicos para toda a vida? Claro que é teoricamente possível. Em 1968 também era teoricamente possível que o uso dos contraceptivos pudesse ser restrito aos casados, e que o revoltante declínio para a anarquia sexual dentro da qual vivemos hoje pudesse ter sido evitado. É teoricamente possível, mas é practicamente impossível. E é impossível porque toda a noção da orientação sexual estável sobre a qual todo o movimento homossexual se baseia não tem fundamento nos factos.
René
Girard,
o crítico literário Francês e sociólogo da religião, alega que toda a
civilização humana se baseia no desejo. Todas as civilizações rodearam
os objectos de desejo (incluindo o desejo sexual) com uma elaborada e
insuperável parede de tabus e restricçôes.
Até hoje.
O que estamos a observar actualmente no mundo ocidental não é a
legitimação de, até hoje, formas de amor desprezadas mas honradas, mas
sim a redução da humanidade ao mínimo denominador comum: desejo
desenfreado e irrestrito.
Afimar que abrimos a Caixa de Pandora seria
um gigantesco eufemismo. Apertem os vossos cintos de segurança,
senhoras e senhores, porque parece que vamos ter um milénio cheio de
perturbações.
Quando
eu estava em idade de crescimento, era suposto todos nós sermos
heterossexuais. Foi então que o homossexualismo foi introduzido.
Inicialmente, isto não parecia ser uma revisão de dimensões
consideráveis porque, exceptuando a procriação,
o homossexualismo, pelo menos em teoria, deixava o resto da ética
sexual intacta. Duas pessoas com o mesmo sexo poderiam
(teoricamente) gostar uma da outra e viver uma vida de compromisso monogâmico.
Foi então que o bissexualismo foi introduzido e as implicações reais da
revolução sexual tornaram-se claras. A monogamia foi lançada fora. As
normais morais foram também rejeitadas. A sexualidade faz-o-que-quiseres tornou-se
padrão. Se alguém quer saber o que é isso, nada mais precisa de fazer
do que ficar online.
A internet disponibiliza de forma bem clara lugares privilegiados
para quem quer observar o circo da desintegração da nossa
civilização.
Tomemos
como exemplo a Yahoo;
esta organização tornou possível que pessoas com interesses comuns
criassem grupos com o propósito de estabelecer contactos e partilhar
informação. Se isto gera em ti a imagens de genealogistas e
coleccionadores de selos, estás enganado. Existem actualmente milhares de
grupos da Yahoo que atendem a todo o tipo de perversão sexual possível e
imaginária. Muitos desses grupos iriam provavelmente desafiar a
imaginação do Marquês de Sade.
Pessoas
que até poucos anos atrás nada mais poderiam fazer que fantasiar, hoje
podem-se entreter sabendo que há a possibilidade de realizarem as suas
taras. Certa vez conheci um homem online cujo desejo mais valioso era o
de levar palmadas com uma carteira de couro. Tinha que ser de couro.
Tinha que ser uma carteira. E tinha
mesmo que levar palmadas dessa forma. A antiquada fricção genital era
opcional.
Este homem queria uma etiqueta Gucci tatuada no seu traseiro.
Ele não conseguia imaginar ponto de paixão mais elevado. E ele insistia
que o seu desejo era tão fundamental para a sua natureza sexual como ir
para a cama com um homem o era para mim. Para além disso, ele criou um
grupo Yahoo que tinha mais de 300 membros, todos eles com a mesma
paixão.
Não
há um objecto no mundo, nenhuma parte corporal humana ou animal que não
possa ser erotizada. Dito isto, é o desejo de levar palmadas com uma
carteira de couro uma "orientação sexual"? Se não, qual é a diferença?
Houve uma período da minha vida durante o qual eu teria dito algo do
tipo:
Mas
é claro que é diferente. Tu não podes partilhar uma vida comum com uma
carteira de couro. Não podes amar uma carteira de couro. Tu estás a
falar dum fetiche e não duma orientação sexual. Isso são coisas
completamente diferentes.
Mas
a realidade dos factos é que todos os homens homossexuais que eu
encontrei tinham um fetiche pela pele masculina, com toda a
objectificação e despersonalização que ela envolve, e eu hoje olho para
essa distinção um sofisma. Afinal de contas, o couro também é pele. A
diferença real entre o homem da internet e o homossexual comum é que o
primeiro preferia que a sua pele fosse italiana, bovina e bronzeada.
Através
dos anos, frequentei várias "igrejas" homossexuais ou simpatéticas com
o homossexualismo. Todas elas partilhavam duma característica comum:
era acordo tácito nunca dizer nada do púlpito - ou de qualquer outra
localização - sugerindo que deveria haver restrições ao comportamento
sexual humano.
Se alguém está familiarizado com as igrejas "Dignity", "Integrity" ou a "Metropolitan Community", ou
pode-se dizer, com o Protestantismo mainstream
e maior parte do Catolicismo pós-Vaticano II, deixem-me fazer uma
pergunta: Quando foi a última vez que ouviram um sermão em torno da
ética sexual? Será que alguma vez ouviram um sermão em torno da ética
sexual? Assumo que a resposta seja negativa. Será que os nossos
pastores e padres honestamente acreditem que os Cristãos Americanos não
precisam de sermões em torno da ética sexual?
Eis aqui um facto
assustador: se nós, como nação e como Igreja deixamo-nos levar pela
vigarice das duplas homossexuais monogâmicas, estaremos a aceitar no
nosso
Trilho da Comunhão (assumindo que eles ainda existem) não só o estatisticamente irrelevante número de duplas
homoeróticas que vivem juntas há mais do que alguns anos (a maioria das
quais comprou a "estabilidade" afrouxando a monogamia); estaremos
também a aceitar e a dar legitimidade a todo os tipos de gosto sexual -
desde a antiquada masturbação e o adultério, até a mais estranha forma
de fetiche sexual. Estaremos, dito de outra forma, a abençoar o
suicídio da civilização Ocidental.
Continua na 4ª Parte.....
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