«Em Barcelona, o Papa foi recebido por um grupo de gays-tão-gays: este esquadrão de valentões começou a dar beijinhos repenicados à frente do Papa-móbil. Como é óbvio, esta bravura soft porn era uma espécie de protesto grupal contra as posições da Igreja na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Aqueles gays-tão-gays estavam, no fundo, a dar pulinhos corporativos, como que a dizer “olhem para nós, camaradas, olhem para nós, vejam como nós somos tão livres e corajosos perante o tirano que veste de branco. Olhem, olhem”.
Toda esta cena tem sérios problemas.
Em primeiro lugar, é uma triste demonstração de exibicionismo sexual.
Se eu demonstrar o meu “orgulho heterossexual”, corro o risco de ser
acusado de “machista” ou “marialva”, mas se um gay demonstrar o seu
“orgulho gay”, ah, é logo considerado um bravo libertador, um pensador
da liberdade. Beija o teu homem à frente do Papa e serás considerado um
Kant em potência, eis um belo slogan para o “orgulho gay”. Depois, vamos
lá ver uma coisa: o que é isso de “orgulho gay”? Se o desejo
homossexual é tão natural como o desejo heterossexual, porque razão
aquelas pessoas têm orgulho numa coisa que é natural? Se o desejo é
natural, então a parte do “orgulho” não faz sentido.
Em segundo lugar, estas atitudes
revelam uma profunda intolerância. Aquelas pessoas querem o quê? Querem
que o Papa diga que o casamento gay é a melhor coisa do mundo? Meus
amigos, o Papa e os católicos têm o direito às suas opiniões. Os
católicos têm o direito de dizer que o casamento gay não devia ser
legal. As opiniões são livres. No fundo, aqueles gays não toleram a
ideia de alguém a pensar de forma diferente da sua. É sempre assim: os
auto-proclamados donos da tolerância têm uma estranha atracção pela
intolerância.
Em terceiro lugar, estas
demonstrações contra a – suposta – homofobia do Papa revelam uma
profunda hipocrisia. Se quisessem mesmo lutar contra a homofobia
motivada por líderes religiosos, estes gays podiam ir dar beijinhos para
as portas das mesquitas (estou certo de que existem mesquitas em
Espanha).
Na Europa, as tais “comunidades muçulmanas” são rainhas e
senhoras da homofobia. Portanto, a pergunta tem uma lógica cristalina:
por que razão estes gays valentões não vão dar beijinhos à frente das
mesquitas? Ide, valentes. Ide dar beijinhos ao pé do senhor imã.»
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