Por Joseph Sciambra
Um dos Bispos do Sínodo afirmou que uma nova abordagem das iniciativas
de alcance que a Igreja faz junto dos homossexuais deveria incluir uma
revisão da terminologia:
Há um apoio muito forte em favor duma abordagem menos condenatória e a linguagem está no centro disso.
Há já muitos anos que tem existido controvérsia em torno do termo "intrinsecamente desordenados". Durante a década 70, Dignity,
uma organização homossexual Católica compostas por membros leigos,
suprimida na maior parte das dioceses Católicas Americanas, fez desta
queixa parte integral da sua plataforma oficial:
Oramos
e trabalhamos pelo dia de reconciliação quando a Igreja Católica Romana
passar a não considerar os seus filhos GLBT como "intrinsecamente
desordenados", mas irá receber e aceitar todas as pessoas como filhos
de Deus, possuidores e abençoados com dons, talentos e orientações
únicos que têm que ser apoiados, celebrados e desenvolvidos para o
louvor e gloria de Deus.
Desde então, pouco mudou em relação ao que muitos consideram como
ofensivo e, nas melhor das hipóteses, uma descrição não-pastoral do
homossexualismo; há pouco tempo atrás, um membro do grupo “Spiritual
Friendship”, um agrupamento de "homossexuais Católicos" que
superficialmente apoia a posição Católica em relação ao sexo for do
casamento mas que, ao mesmo tempo, agarra-se à orientação "gay", disse
o seguinte em relação ao assunto:
Mais importante do que ser de direita ou de esquerda, no entanto, é o clamor aturdido
da pessoa que se encontra no meio, a pessoa que é ou ama alguém que é
homossexual. O uso e o mau uso da descrição da inclinação homossexual
como "objectivamente desordenada" faz com que a pessoa olhe para isso,
não como âncora moral, mas como a negação total da pessoa, fazendo com
que a conversa em torno da dignidade das pessoas humanas se esvazie de
conteúdo. Sou de opinião de que estas pessoas são o motivo pelo qual
nós deveríamos ter cuidado no uso desta linguagem.
Eu nunca me senti assim: quando me deparei pela primeira vez com os termos
"intrinsecamente desordenados" e
"objectivamente desordenados"
no "Catecismo da Igreja Católica", fui de opinião de que os mesmos eram
relativamente simpáticos e bastante generosos. Antes disso, eu havia
passado anos dentro do estilo de vida "gay" em busca de paz e de
contentamento, sem no entanto encontrar. Logo, quando li pela primeira
vez o "Catecismo", eu já era uma alma severamente abatida e ferida.
Porque, durante algum tempo, toda a minha "pessoalidade" estava
indelevelmente associada à minha crença de que eu era "homossexual".
No entanto, durante todos esses anos, a minha fé em todas as coisas
"gay" começaram-se a deteriorar tal como o meu corpo em decadência;
durante os meus dias finais dentro do mundo "gay", eu fiquei
escruciantemente magro, o meu ânus sofreu um prolapso, e os
antibióticos que engolia continuamente já não faziam qualquer efeito
contra a série infindável de DSTs.
No passado, eu havia tido orgulho; agora, a minha aparência tinha
desaparecido. Com frequência eu molhava as minhas calças com sangue e
com fezes, e eu cheirava mal. Eu passava noites inteiras nas casas de
banho públicas, mas mesmo lá eu era rejeitado por homens que, 10 anos
antes, eu nem sequer me rebaixaria para falar.
Mas eu havia sido teimoso. Humilhado e quase completamente sozinho,
havia Alguém que me queria. Não tendo opções, eu dirigi-me a Ele. Não
podia sequer começar a entender o porquê DEle me ter salvo; afinal de
contas, muitos daqueles que eu havia conhecido e amado, que era muitos
menos perversos que eu, assisti impotente à medida que caíam esquecidos
nos túmulos.
Embora eu me sentisse abençoado, eu olhava para o Nosso Senhor Jesus
como Um Deus Imprevisível que ajudava uns, mas deixava que outros
apodrecer. Consequentemente, eu queria conhecer mais sobre Ele, mas ao
mesmo tempo, eu temia-O; e eu não confiava NEle. Rapidamente, Cristo
colocou dois livros nas minhas mãos: "A Bíblia Sagrada" e "O Catecismo
da Igreja Católica;" num, eu iria aprender sobre Ele, no outro, sobre a
Sua Lei.
Nas Escrituras, eu ficava mais atraído ao Poder de Cristo para curar;
todas as pessoas em que Ele tocava, o pecador, o doente, o possuído -
eram imediatamente curadas. Eu queria ser um deles, mas eu tinha medo
de ficar perto DEle. No "Catecismo", abri o livro, olhei para o índex,
e abri imediatamente na secção relativa ao homossexualismo. A minha
primeira reacção foi "É isso!"
Parecia haver tão pouco na página, mas foquei-me nessa palavra:
"desordenada". Olhei imediatamente para o meu corpo destruído. Eu
conseguia ver a desordem porque o sexo "gay" havia literalmente
desequilibrado todos os órgãos, todos os membros, e todas as células; e
eu estava a sofrer devido a isso. Mas, e mais uma vez, o meu foco
estava no facto de eu querer ser curado.
Instintivamente eu sabia que a cura de alguma forma dependia dessa
palavra: "desordenada". Mas, pensei eu inicialmente, visto que eu já
não me envolvia com sexo homossexual, a parte "desordenada" de mim tinha
acabado. Só que não tinha. Dentro de mim havia algo que não estava bem.
Imediatamente, eu culpei a Deus. Eu pensava, orgulhosamente, que já
havia dado da parte mais importante da minha vida a Ele, eu havia
abdicado da minha habilidade de expressar o meu amor por outros seres
humanos, e de receber o mesmo amor por parte deles - "Porquê, então, é
que Ele não cura este meu desejo?"
Na minha cabeça, este Deus, Aquele que me havia criado com estas
atracções, era uma divindade sadista e vingativa; dando a alguns de nós
a inclinação, ao mesmo tempo que proibia que qualquer pessoa agisse
segundo a mesma. Eu pensava que haveria de passar o resto da minha vida
como um emagrecido rapaz das ruas - olhando constantemente através da
janela da padaria, quase sempre louco de fome, mas nunca recebendo
permissão para entrar e comer.
Mas, por alguma razão desconhecida, eu permaneci casto, totalmente
"gay", mas gradualmente pesaroso por algo mais; algo melhor - talvez um
dia sem esta dor roedora dentro de mim. Na minha tristeza e na minha
frustração, voltei-me repetidamente para as Escrituras; as minhas
passagens favoritas - o poder curador de Cristo e a simplicidade quase
infantil daqueles que O buscavam e daqueles em quem Ele reparava: a
pecadora pública que fugia dos seus atormentadores; o homem aleijado
que não conseguia rastejar suficientemente rápido para as águas
curativas; e a mulher que freneticamente alcançou a bainha do casado de
Cristo.
Lentamente, passei a olhar para mim como um destes; o rapaz solitário e
intimidado que sempre se sentia isolado e rejeitado, fugindo não para o
perdão mas rumo ao sempre elusivo arco-íris "gay" da felicidade; o
pervertido homem homossexual, tão acostumado à sua "desordem" da vida
inteira que Cristo teve que lhe perguntar: "Queres ficar são?" E,
finalmente, o pobre miserável que se estava a esvair em sangue,
precariosamente perto da morte, que ele esticou a sua mão como o seu
último acto de desespero.
Finalmente entendi: a "desordem" dentro da minha vida tinha que ser curada, mas
eu também tinha que ser curado.
O que começou como a minha realização inicial, embora, levando em conta
as minhas horríveis experiências dentro do estilo de vida "gay", não
fosse difícil de entender, que todos os actos homossexuais eram
"desordenados", depois de muita oração e trabalho, comecei a entender
que eu mesmo estava "desordenado".
Em retrospectiva, pode-se dizer que foi uma conclusão simples: afinal
de contas, de que forma é que a escolha de me envolver em actos
homossexuais, que emergiu dos meus desejos homossexuais, ter surgido em
alguém que se encontrava totalmente saudável e livre de qualquer
desordem? A minha conclusão final: o sexo em si, e o desejo por esse
sexo, certamente que eram doentios, mas eu também estava doente.
Quando eu recebi a Graça, tornei-me mais como uma criança, passei a ser
mais como aqueles que Jesus curou. Permiti que Cristo entrasse em todos
os aspectos da minha vida, mesmo até dentro daquelas memórias que há
muito se encontravam esquecidas e suprimidas. Sem qualquer esforço,
Cristo passou pela multitude de impostores que eu havia passado anos a
criar: o rapaz hipersensível que pensava que era homossexual, o
adolescente impressionável que seguia qualquer pessoa até à sua casa, o
aspirante a estrela de pornografia, o sadista cheio de ódio, o
auto-destrutivo prostituto de rua; todos eles eram uma fachada
colectiva que escondiam o rapaz chorão que se encontrava na parte de
trás do quarto. Cristo dirigiu-Se directamente a ele, ignorando todos
os outros, visto que quando o rapaz doente foi curado, todos os outros
desapareceram. E o "homossexual" desapareceu com eles.
E
traziam-lhe meninos, para que lhes tocasse, mas os discípulos
repreendiam aos que lhos traziam. Jesus, porém, vendo isto,
indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os meninos a mim, e não os
impeçais; porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que,
qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira
nenhuma entrará nele. E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as
mãos, os abençoou. - Lucas 10:13-16
Eu estava finalmente livre, finalmente curado, e, por fim, já não estava "desordenado".
Mas o que é que teria acontecido se os termos
"intrinsecamente desordenados" e
"objectivamente desordenados" não
estivessem incluídos na secção relativa ao homossexualismo do
"Catecismo", ou se, mais tarde, esses termos tivessem sido removidos, e
e eu nunca tivesse visto a palavra
"desordenados"?
Olhando para trás, acho que as coisas teriam sido muito diferentes para mim.
Recentemente, o Arcebispo Chaput comentou o tipo de linguagem que está a ser usado no Sínodo, escrevendo:
.......
de forma geral, o texto produz um tipo de desespero. Isto causa um
espírito de transigência com certos padrões de vida pecaminosos e à
redução das verdades Cristãs em torno do casamento e da sexualidade
para um conjunto de ideias bonitas - o que, então causa um impedimento
à missão redentora da Igreja. Temos que apelar às pessoas à perseverança na graça e na confiança na grandeza que Deus planeou para
eles - e não fechá-los dentro dos seus erros.
Numa declaração posterior, ele prosseguiu afirmando:
Tal
como os pensamentos moldam a linguagem que usamos, também a linguagem
que usamos molda o nosso pensamento bem como conteúdo das nossas
discussões. Linguagem imprecisa leva a um pensamento confuso, e por vezes isso pode ter resultados infelizes.
Com um "Catecismo" mais simpático e mais gentil, há a grande
possibilidade de isso poder ter acontecido comigo - de eu ter ficado
para sempre confirmado nos meus erros, preso à orientação homossexual e
nunca curado da mesma; porque a palavra "desordem", apesar da sua
aparente severidade e falta de amor, foi incrivelmente desafiadora.
Ela foi uma palavra desconfortável, tal como o conselho que obtemos dos
nossos pais quando eles estão no seu melhor, ou dos nossos amigos de
verdade, a alma corajosa que não te apadrinha ou que não concorda com
todos os seus desejos, pensando que é isso que um bom "amigo" faz. A
palavra "desordem" chocou-me para longe da minha complacência
homossexual e forçou-me a questionar a forma como eu me olhava e a
sempre olhar de forma mais profunda.
Em contraste, certos prelados da Igreja já expressaram a sua opinião
sobre s origens do homossexualismo, fazendo frequentemente declarações
erradas que não ajudam em nada, e que só causarão a que aqueles que
sofrem com atracção homossexual fiquem encurralados dentro da
orientação homossexual.
"Para
mim, esta inclinação é um ponto e interrogação: não reflecte o design
original de Deus mas no entanto, ela é uma realidade porque tu nasces
homossexual".
Certamente que para os perdidos, para os vulneráveis, e para aqueles
que buscam respostas, ouvir declarações como esta, especialmente se
eles se encontram reticentes sobre o deixar para trás a orientação
homossexual - tal como eu estive - irá "confirmar" as suas aderências
frequentemente flutuantes à crença de que tu apenas foste feito assim;
portanto; como é possível tu lutares contra, mudar ou seres curado de
algo que faz parte inerente do teu ser porque
"tu nasceste homossexual"?
Ninguém nasce homossexual, tal como ninguém nasce "desordenado" - nós
tornamo-nos homossexuais e nós tornamo-nos "desordenados". Com
frequência, nós não conseguimos ver isto porque a "desordem" entra na
nossa vida numa idade incrivelmente jovem; consequentemente, aquilo que
é claramente desarticulado sempre nos pareceu pleno aos nossos sentidos.
Só que quando deixamos que o homossexualismo siga o seu caminho, e nós
emergimos do outro lado com nada, só então é que começamos a questionar
essas pressuposições inicias. Para aqueles que passaram um longo
período de tempo no intestino do homossexualismo, nós saímos de lá
vazios de qualquer armadura. Então, na nossa humilhação, voltamos a ser
crianças, a mesma criança rejeitada que abraçou o homossexualismo como
se fosse resposta a uma oração; por fim, também passamos a ser mais uma
vez a mesma criança "desordenada" e desconsiderada - aquela que o Senhor
Jesus simplesmente quer curar.
-
http://bit.ly/1KM8A94
Como a "desordem" entra na vida dos homens e das mulheres:
1. Across all studies, the highest estimates reported were for LSA
(lifetime sexual assault victimization) of LB (lesbian and bisexual)
women (85.0%), CSA (childhood sexual assault) of LB women (76.0%), and
CSA (childhood sexual assault) of GB (gay and bisexual) men (59.2%).
“The Prevalence of Sexual Assault
Against People Who Identify as Gay, Lesbian, or Bisexual in the United
States: A Systematic Review”
Emily F. Rothman
Trauma Violence Abuse April 2011 vol. 12 no. 2 55-66
2. “Sexual minorities tend to be disproportionately exposed to ACEs
(adverse childhood experiences.) Associations between ACE domains and
age at sexual debut differed by sexual orientation. The strongest
association between physical/psychological abuse, sexual abuse, and
parental incarceration and psychopathology and age at sexual debut =14
years was observed among MSM.”
“Sex and sexual orientation
disparities in adverse childhood experiences and early age at sexual
debut in the United States: Results from a nationally representative
sample”
Monique J. Brown et al.
Child Abuse Negl. Author manuscript; available in PMC 2015 Aug 6.
3. “…for same-sex attracted men stressful childhood experiences might reflect an aspect of etiology.”
“Depression and anxiety in patients
with and without same-sex attraction: differences in clinical
expression, lifestyle factors, and vulnerability indicators”
Henny M W Bos et al.
Brain Behav. 2015 Sep; 5(9): e00363.