quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A Revolução Silenciosa

Por Mark Richardson

Sinto-me sempre deslocado quando se trata do assunto do casamento [sic] homossexual. Muitos Australianos acham que este tópico limita-se apenas a conferir um direito a um grupo de pessoas sem que com isso haja consequências negativas. Se tu és um desses Australianos, peço-te que leias o que se segue com mente aberta. Tiberge no blogue "Gallia Watch" traduziu parte dum debate que decorreu no senado Francês sobre a família. A França legalizou recentemente o casamento [sic] homossexual, apesar de considerável oposição pública. Agora, uma nova lei está a ser considerada - uma que irá promover uma "diversidade" de tipos de família.

O debate começa com um comentário de Dominique Bertinotti, Ministra para a Família do partido que se encontra no poder (Partido Socialista):

Estou convencida de que os esforços do senado serão rumo à consolidação deste avanço da igualdade. Esta lei faz parte da revolução silenciosa.
Ela declara abertamente no senado Francês de que o que está acontecer na França é uma "revolução silenciosa.". Ela não está a alegar que as coisas continuarão a ser tal como eram; em vez disso, é uma revolução que vem do topo feita por socialistas como ela.

Alain Gournac, do partido mais conservador UMP, lembra então à senadora as demonstrações populares maciças que estão a ser feitas em defesa da família tradicional por toda a França:
O silêncio de uma milhão de pessoas nas estradas!
Mas a legisladora socialista não vacila:
De agora em diante, a sexualidade fica dissociada da vida conjugal e da procriação.
Ela está a dizer que o casamento e os filhos não mais se baseiam nas duplas heterossexuais de marido e mulher. 

Outra senadora do Partido Socialista, Michelle Meunier, diz também:
Esta lei faz parte do slogan da nossa República. Ela permite que os homossexuais tenham uma família. Façamos aqui uma admissão: esta lei transporta a família para fora da fantasia "uma mãe, um pai, e uma criança"...
Ela classifica a família tradicional de "fantasia". O debate chegou a um ponto tal que a família tradicional é denegrida no senado Francês. Charles Revet, mais uma vez, membro do partido mais conservador UMP, pede permissão para declarar a sua oposição:
Não é uma fantasia. Mas o que é que você está a dizer?!!
Mas a senadora do Partido Socialista prossegue:
...porque a família nunca foi universal. Em todas as eras os pais trouxeram ao mundo crianças cuja responsabilidade eles não poderiam ou não queriam aceitar. Em todas as eras as crianças foram educadas por pessoas outras que não o pai e a mãe. Isto causa problemas à família "hetero-patriarcal-branca" idealizada que está cada vez mais longe da realidade. Como tal, a lei tem que se adaptar (...).
Mais uma vez, ela revela a sua hostilidade à família tradicional, que ela qualifica de família "hetero-patriarcal-branca", e declara que ela (a família) está gradualmente a afastar-se da realidade. Isto levou a que os senadores mais de direita reagissem com indignação aos seus comentários, mas isso não impediu que outra senadora esquerdista - Esther Benbassa - dos "Verdes" - continuasse com a mesma linha de pensamento:
Proteger a criança? Todos nós somos a favor disso! A criança precisa dum pai e duma mãe? Pura ideologia. Tal como o conceito da família tradicional, o padrão "paizinho-mãezinha-criança" é um modelo inútil que as famílias recompostas e as famílias monoparentais abandonaram há já algum tempo.
Ela declara que é "pura ideologia" a noção de que a criança precisa dum pai e duma mãe. Isto, com efeito, é a dissolução dos relacionamentos familiares. Se um homem, por exemplo, acredita que a sua presença na família é necessária, e ao abandoná-la ele causará danos à mulher e aos filhos, então é bem provável que ele permaneça e invista muito de si mesmo no seu papel de marido e no seu papel de pai. Ao mesmo tempo, se a esposa acredita que o papel do marido é necessário, tanto para ela mesma como para as crianças, ela é mais susceptível de agir de forma mante-lo dentro da família.

Mas assumamos que um homem realmente acredita no que Esther Benbassa disse no senado Francês, isto é, que a criança não precisa dum pai. Se isto é verdade, então porque é que um homem colocaria esforço algum na paternidade? Os seus filhos não precisam dele (pelo menos segundo os socialistas). Portanto, para quê se sacrificar pela família?

A lógica da nova família é o desinvestimento masculino na vida familiar. É bem possível que as socialistas intuitivamente se apercebam disso e recebam isto de bom grado nas suas tentativas de dissolver a família "hetero-patriarcal-branca". É bem possível que haja Franceses comuns que se apercebam do mesmo, o que explica as demonstrações em massa feitas contra as leis socialistas, e explica também os índices de aprovação abismais do Presidente Francês, Francois Hollande.

Parece-me que a única forma das coisas poderem funcionar na França é se houver uma divisão entre o que é oficialmente aprovado e o que as pessoas comuns pensam e acreditam. Se o governo toma como princípio a tese de que as famílias não precisam dum pai, mas os homens comuns forem de opinião contrária e afirmarem que o seu papel é significativo e necessário, então a sociedade pode-se manter unida.

Mas não há o perigo dos homens se deixarem influenciar com o passar do tempo com o que é classificado de "oficial" nos níveis mais elevados? Não há o risco dos homens se verem atraídos para uma cultura promovida pelo estado onde a presença dum pai dentro da família é tida como desnecessária?

* * * * * * * 
Respondendo à pergunta do Mark, sim, há esse perigo e nós já estamos a observar isso mesmo (isto é, homens a desistirem da paternidade e da vida matrimonial). O problema é que, embora a nível pessoal evitar de todo o casamento possa parecer (e até ser) "o menos mau" dentro da cultura ocidental sob a religião do feminismo e do esquerdismo, a nível social, uma cultura repleta de homens que não querem formar famílias, e de mulheres que não querem desempenhar o papel associado ao seu sexo (e não "género") é altamente prejudicial e até fatal para a cultura.
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