O gayzista Miguel Coli deixou
um comentário na página do blogue que merece alguma consideração.
É
importante ressaltar que a quase totalidade das argumentações
contrárias aos relacionamentos homoafetivos (união entre pessoas do
mesmo sexo) se fundamentam no discurso religioso (“Deus fez macho e
fêmea”, etc).
Mesmo que isto fosse verdade, é irrelevante. A questão não é "o
argumento é religioso" mas sim "o argumento é falso" ou "o argumento é
verdadeiro". O que o gayzista quer fazer é alegar que os argumentos que
os Cristãos usam contra a sodomia e o lesbianismo não se podem basear
em argumentos que tenham fundamento na Teologia. Porquê disto ser
assim, o Coli não diz.
Que
me desculpem alguns religiosos, mas questões que dizem respeito à vida
da população em geral não podem ser resolvidas somente por este tipo de
argumentação.
Quem acompanha os blogues que fornecem argumentos contra o sexo anal e
contra o lesbianismo está perfeitamente ciente do quão raro o argumento
"é contra a Bíblia" é usado. E isto é feito por motivos óbvios: como os
practicantes do sexo anal não acreditam que a Bíblia é a Palavra de
Deus, seria ineficiente citar a Biblia contra eles.
Este blogue disponibiliza uma vasta gama de evidências médicas,
sociais e psicológicas contra essa práctica, mas pelos vistos o M.Coli
não as viu.
Se a sua religião é contrária à união homoafectiva, ok, mas existem outras que não são, e existem pessoas que não tem religião.
Irrelevante. Ninguém disse que todas as pessoas partilham do Cristianismo.
Se os indivíduos heterossexuais têm direito a uma união civil (com todos os seus privilégios), por que os homossexuais não têm?
Os homossexuais podem ter uma união civil tal como todas as outras
pessoas. Para tal, basta que o homossexual cumpra a definição de
"casamento" vigente na maioria dos paises do mundo: um homem + uma
mulher. Se tu te apresentares num cartório com uma lésbica, e disseres
que te queres casar com ela, vais receber permissão para tal uma vez
que casamento é 1 homem + 1 mulher. O teu vício sexual será irrelevante
uma vez que estarias a agir de acordo com o que é um casamento.
“Porque
a família é uma instituição sagrada entre um homem e uma mulher com a
possibilidade de perpetuar a espécie.” Ora, se a sua religião defende
isso, ótimo, mas a minha não defende.
Muito bem. Cria o teu próprio pais gayzista, cria as tuas leis e sê
muito feliz. "Casa-te" com quantos homens quiseres, e que tenhas muitos
filhos.
Para ser justa, a legislação deve defender direitos iguais para os cidadãos.
Mas a legislação já defende direitos iguais para os cidadãos. O que a
legislação não faz é defender direitos iguais para prácticas sexuais
diferentes. Um homem que tem relações sexuais com a sua esposa
não está a levar a cabo uma práctica sexual igual à que dois
homens fazem, ou a que duas mulheres fazem.
Dado isto, antes de vocês quererem que a vossa práctica/vicio sexual
tenha as mesmas regalias da normal união entre um homem e uma mulher,
primeiro têm que mostrar como é que ambas são iguais. Não faz
sentido nenhum dar direitos iguais a prácticas diferentes.
Se
um homem e uma mulher podem ter sua união afectiva oficializada
juridicamente, por que dois homens ou duas mulheres não podem?
Dois homens podem ter a sua união afectiva oficializada juridicamente.
Por exemplo, se um homem adopta um rapaz, ele pode oficializar essa
união afectiva de modo a que esse jovem passe a ser legalmente seu
filho. O mesmo entre uma mulher e uma menina.
Agora, o que tu queres não é só a legalização da afectividade entre
pessoas do mesmo sexo, mas sim conferir ao homossexualismo os mesmos
direitos que o casamento. Mas porque é que se faria isto se estamos a
falar de coisas diferentes?
Porque um casal heterossexual pode ter tantos benefícios jurídicos que um casal homossexual não pode ter?
Não existem "casais homossexuais". Esse neologismo é auto-contraditório
uma vez que "casal" implica duas pessoas de sexos distintos. Para tu
veres isso, toma este exemplo: imagina que eu me encontro com um amigo
e digo-lhe que tenho dois filhos. um casal. Sem que eu precisa de
acrescentar mais alguma coisa, ele apercebe-se instantaneamente que os meus filhos são
de sexos distintos (1 rapaz e 1 rapariga).
Do mesmo modo, quando falamos em "casal homossexual" estamos a falar
num "solteiro casado" ou num "quadrado redondo"; não faz sentido nenhum.
Portanto, o que tu queres dizer é: "se os casais podem ter tantos
benefícios jurídicos, porque é que uma dupla de homossexuais não pode
ter os MESMOS benefícios jurídicos que os casais?". A resposta é óbvia e feita com outra pergunta:
porque é que o homossexualismo haveria de ter os mesmos direitos que o
casamento natural? Porque é que a sodomia e o lesbianismo deveriam ser
artificialmente elevados para o patamar da heterossexualidade?
Antes de tu queres igualdade de prácticas sexuais, primeiro tens que
demonstrar como é que são iguais. Tu achas mesmo que o acto sexual do
qual depende a continuação da espécie humana deve ser colocada ao mesmo
nível duma práctica sexual que não fornece ganho nenhum a quem o
practica e nem à sociedade no geral? O que é que há no homossexualismo que
justifique que ele seja colocado num nível que - por motivos óbvios - só pertence à
heterossexualidade?
Isso
é usar a razão, é algo perfeitamente lógico. Agora, o que não é lógico
é utilizar-se de discurso religioso para defender questões que não tem
nada a ver com religião.
Boa sorte em explicar a origem do casamento fora do "discurso religioso" e fora do propósito central da procriação.
Você
pode não concordar, mas não pode EXIGIR que dois homens que se amem não
possam casar juridicamente porque o “Deus” que você acredita não
permite isso.
Tu podes não concordar com a definição de casamento mas não podes
EXIGIR que a mesma seja alterada para acomodar uma práctica sexual
auto-destrutiva como o homossexualismo. Queres ter sexo com outros
homens? O problema é teu e a escolha é tua. No entanto, não queiras
forçar a sociedade a aceitar como normal o que TU aceitas como normal.
Casamento é, foi e sempre vai ser, 1 homem + 1 mulher. Se por acaso um
dia dois homens ou duas lésbicas conseguirem gerar filhos um com o
outro ou uma com a outra, então o homossexualismo pode ser colocado ao
mesmo nível da heterossexualidade.
“Família
= pai e mãe.” “As coisas são o que são independentemente do que eu
penso ou deixo de pensar.” Esta argumentação é completamente
incoerente, veja, você diz: família é pai e mãe. Isto é o que VOCÊ
pensa, o que VOCÊ acredita.
Veja, você diz "família pode ser homem com homem ou mulher com mulher". Isto é o que VOCÊ pensa, e o que VOCÊ acredita.
Quem disse que família é isso?
Quem disse que a família é isso foi a realidade dos factos uma vez que só um homem e uma mulher podem gerar
filhos e filhas. Só a heterossexualidade gera filhos e gera famílias. A geração de família depende da procriação (directa ou
indirecta) portanto, qualquer união entre duas pessoas férteis que não
seja uma cópia da original, não pode ser considerado "casamento". Duas
mulheres e uma criança não são uma família porque duas mulheres não
conseguem gerar filhos entre si. O que elas são é uma parelha a quem
foi oferecida uma inocente criança.
Outros podem ter outras definições, mas acima de todas as definições está a igualdade de direitos entre os seres humanos.
Se outros podem ter outras definições, então isso significa o quê? Que
são todas válidas? Por exemplo, uma família pode ser três mulheres e
um criança? E um homem, uma cabra e uma criança? É istouma família?
Porque não? Quem és tu para dizer que os seres humanos não podem formar
"famílias" com membros femininos de outras espécies? Não achas que
estás a ser preconceituoso ao limitar os casamentos entre os seres
humanos?
Além disso, não é preciso colocar a sodomia e o lesbianismo ao mesmo
nível da heterossexualidade para que existam direitos iguais para todo
o ser humano. Quer tu tenhas o péssimo hábito de inserir o teu apêndice
genital no ânus de outro homem ou não, tu tens os mesmos direitos
humanos que outro ser humano qualquer. Agora, os mesmos direitos
HUMANOS não implica que os comportamentos de todos os seres humanos
tenham exactamente o mesmo valor.
Percebes a diferença?
Não
interessa a sua definição de família, não interessa o que o movimento
gay define por família, interessa o direito de duas pessoas que se
amem, independentemente da orientação sexual, poderem viver juntas
usufruindo dos mesmos direitos. “Preservação da espécie.” Somos em 7 biliões! Chega a ser hilário.
Ou seja, "vamos legalizar o gaysamento porque já somos 7 biliões". O
que isso implica é que o homossexualismo é um comportamento que trabalha para o
LIMITAR da procriação e da continuação do ser humano. Sem querer,
revelaste um excelente motivo para não seres a favor do gaysamento:
enquanto o casamento gera um ambiente óptimo para a continuação do ser
humano, o gaysamento faz exactamente o contrário.
Isto também significa que se por acaso a população mundial atingir
números demasiado baixos, vai ser preciso erradicar o homossexualismo
da existência humana. É isso que defendes?
Agora pergunta-te o seguinte: ainda achas que o homossexualismo deveria ter os mesmos direitos que o casamento natural?
Outra coisa que tens que levar em conta é o seguinte: preservação da espécie não implica o aumento
do número de seres humanos. Preservação significa apenas continuação do
que já existia (seres humanos). Sem a heterossexualidade, a espécie
humana deixa de existir. Sem o homossexualismo, a espécie humana
continua a existir normalmente (e até melhor).
Dado isto, porque é que queres equivaler comportamentos totalmente distintos, e com propósitos distintos?
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